Todos moravam em uma quitinete de três peças, onde um dos quartos era usado também como cozinha. Os cinco recebiam apenas um vale para comprar almoço, a qual era marcado em uma caderneta que reunia anotações de todas as despesas acumulados por eles, como alimentação, materiais de higiene pessoal, entre outros.
O suposto empregado, Silvio Volpato, 51, também morava no local. Ele é natural de Santa Catarina e foi preso em flagrante por crimes de redução de pessoa e adolescente a condição análoga ao trabalho escravo.
A denúncia foi feita na sexta-feira (07), pelo adolescente de 15 anos, que durante vendas no bairro Pedra 90, conseguiu fugir e procurou um comerciante na região, que dias antes havia fornecido comida para ele e orientado sobre os direitos do menor. Com ajuda de um terceira pessoa ligada a grupo evangélico, o menino chegou até o Conselho Tutelar do Pedra 90, que inicialmente registrou boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), que acionou o Ministério Público Estadual e este Ministério Público do Trabalho (MPT).
O flagrante foi resgistrado na manhã do último sábado (8), durante operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, Gerência de Operações Policiais, da Polícia Civil e Conselho Tutelar da região do Pedra 90.
A conselheira Cristiane Mendes acompanhou a operação e informou que as condições de moradias eram bastante insalubres, sem higiene, com roupas e espumas usadas como colchões espalhados pelos cômodos. “Um ambiente sujo, degradante as condições em que eles estavam vivendo”, disse.
O delegado plantonista, João Eduardo Alencar, disse que o crime hediondo e não afiançável. Conforme o delegado, com o empregador foram apreendidos R$ 4 mil e uma Kombi ano 2010, que serão entregues ao MPT para converter em pagamento as cinco pessoas resgatadas.
Os cinco estavam em Várzea Grande, desde o mês de janeiro desde ano, quando foram convidados a vier trabalhar em Mato Grosso. Eles vieram de Itaquiari, no estado do Mato Grosso do Sul, com objetivo de vender livros. Os menores estão sob os cuidados do Conselho Tutelar e os maiores receberam apoio do MPT. Todos deverão retornar ao estado de origem.