Mãe de três filhos e avó de seis netos, ela exerce a profissão há 19 anos. “Corto, soldo e monto grades, portas, portões de ferro, entre outras coisas. Por este motivo tenho os braços fortes”, diz ela sorrindo.A serralheira de Várzea Grande é um exemplo de mulher e empreendedora. Sua história é repleta de lutas, um divórcio, um filho engenheiro e arquiteto, uma filha artista plástica e outra filha, que lhe deu netas queridas. Erenita também investiu em outros tipos de negócios. Esta matéria é uma homenagem da ASN/MT a ela e a todas as mulheres brasileiras no Dia Internacional da Mulher.
“Precisamos saber usar a liberdade que conquistamos com responsabilidade. Precisamos nos valorizar. O machismo não acabou”, declara Erenita como mensagem ao público feminino. Para ela, apesar de a luta pela emancipação da mulher já ter avançado muito, não acabou. Ainda há lacunas a serem preenchidas e passos à frente.
História – Erenita nasceu no interior da Bahia, mas foi criada na capital paulistana. Estudou até o ginásio, como era chamado o ensino médio, anos atrás. Queria ir mais além, mas na época não era permitido pela família. Seu sonho era estudar e se formar em psicologia. Casou-se aos 18 anos.
Em 1982, chegou de mudança à Várzea Grande com o marido e três filhos. Era auxiliar de enfermagem da Santa Casa, mas desistiu do emprego, pois trabalhava à noite e precisava de mais tempo para os filhos. Aprendeu a fazer bala de coco e começou a vender a produção na rua. Depois, diversificou para brigadeiro, cocada e outros doces.
Passou a receber encomendas para festas. Abriu um bufê em casa e fazia salgado, bolos, doces, etc O negócio prosperou, comprou casa, carro. O marido era serralheiro e trabalhava em casa. Erenita perdeu um filho em um parto complicado e adoeceu. Teve de parar o bufê. Passou a depender do marido.
Depois de três cirurgias, recuperou a saúde e começou a participar da serralheria. Comprou maquinário e passou a trabalhar como serralheira. O marido se acidentou no meio de uma grande encomenda. Erenita assumiu o comando e entregou o produto. Assim descobriu que o empreendimento não era bem administrado e dava prejuízo. Perdem tudo (casa, carros, etc).
Reconstrução – A família se muda para uma chácara, que bem cuidada por ela, anos depois é trocada por um imóvel em um bom ponto comercial em Várzea Grande, onde mora e funciona o empreendimento até hoje. Erenita passa a comandar a empresa. O empreendimento é reerguido e ela consegue comprar carro zero, contratar funcionários, investir em máquinas, etc “Cheguei a ter dez funcionários”, informa.
O marido continuou trabalhando como serralheiro junto à serralheria Mapim, porém como negócio paralelo. Competiam no mesmo espaço. Muitas brigas se seguiram, até chegarem ao divórcio em 2010.
Atualmente Erenita está participando do Projeto Serralheiros, realizado pelo Sebrae em parceria com a Gerdau. Está sempre querendo melhorar a empresa. A equipe atual é composta por quatro funcionários.
Ela está redirecionando o foco do empreendimento. “Há mais de 15 anos, a Serralheria Mapim faz manutenção e fabrica portas de rolar. Agora, vamos atender só redes de lojas”, revela a empresária. Entre sua clientela, se destacam: Citylar, Studio Z, Romeira e São Cristovão Autopeças.
Com Assessoria