O dólar operou em alta hoje, ainda apoiado nas perspectivas de um Federal Reserve (Fed) mais restritivo que os outros bancos centrais ao longo de 2025. Ao longo da sessão, alguns indicadores mais fracos que o esperado da economia americana acabaram reduzindo os ganhos do ativo, mas as projeções de menos cortes de taxas pela autoridade monetária dos Estados Unidos segue dando forças ao dólar. A semana, que conta com o feriado de Natal, tem liquidez reduzida.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,38%, a 108,037 pontos. Perto do fechamento de Nova York, o dólar avançava a 157,13 ienes, a libra tinha queda a US$ 1,2538 e o euro recuava a US$ 1,0410.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a inflação está “muito perto” de atingir a meta de 2% de maneira sustentada na zona do euro. Lagarde ressaltou que a maioria das métricas inflacionárias caminha na direção correta. “Mas acho que precisamos ser cautelosos e vigilantes”, ponderou. Analista do MUFG Bank, Derek Halpenny avalia que o euro deve enfraquecer até um nível de paridade contra o dólar no primeiro trimestre de 2025, mas que dificilmente a divisa europeia permanecerá neste nível por muito tempo, conforme o crescimento econômico da região melhore “modestamente” no próximo ano.
Para Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote, o caminho do dólar em relação ao iene está aberto para um novo avanço para 160 ienes, até que os investidores fiquem com medo de que as autoridades japonesas intervenham diretamente nos mercados cambiais. O Banco do Japão (BoJ) provavelmente não fará quaisquer alterações na sua política até março do próximo ano, avalia. É nesta altura que os dirigentes terão uma visão mais clara sobre o potencial e o impacto das políticas internacionais do presidente eleito Donald Trump.
Para a Capital Economics, um risco importante para a visão otimista sobre o dólar é que a situação atual se pareça notavelmente com a do final de 2016. Tal como agora, uma vitória republicana nas eleições levou então a uma recuperação do dólar, impulsionada pelas expectativas de uma política fiscal mais flexível nos EUA em altura em que a economia dos EUA já se saía melhor do que os seus pares. “No caso, a atividade econômica no resto do mundo recuperou, enquanto os cortes de impostos de Trump só se materializaram no final de 2017 e a Fed adotou um caminho mais pacífico do que descontado; o DXY caiu mais de 10% no ano, seu pior desempenho anual nas últimas duas décadas”, lembra.