As irregularidades foram detectadas após denúncias dos trabalhadores, bem como uma vistoria realizada por membros do Sindicato ao canteiro de obras no último dia 10.
Os problemas resultaram na elaboração de uma denúncia encaminhada nesta segunda-feira (24) ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Existem ainda, reclamações quanto à alimentação dos trabalhadores, que segundo eles, é servida em uma quantidade insuficiente. O sistema de controle de ponto também é alvo de queixas. Os profissionais alegam que o ‘cartão de ponto’ é controlado por terceiros. Também há reclamação sobre falta de repasse de vale combustível e de adiantamento quinzenal.
No que diz respeito ao pagamento de horas extras, os operários relatam que o final do expediente está sendo registrado às 16 horas nos cartões de ponto, mas todos continuam desempenhando suas funções até às 19 horas, sem o devido recebimento das horas extras trabalhadas.
O presidente do SINTRAICCCM, Joaquim Santana alega que após a visita foi dado prazo para que a Engeglobal – construtora responsável pela obra – solucionasse as pendências, prazo este que se esgotou na última sexta (20), contudo o cenário continuou o mesmo.
"Está faltando gente para trabalhar e os que estão trabalhando estão sendo tratados com este desrespeito. Este é um dos fatores que está provocando tantos problemas nas obras da Copa: trabalhadores maltratados ficam desmotivados", observou Santana ao alegar que toda a documentação referente a denúncias será entregue ainda hoje à Secopa e a Engeglobal.
Outro Lado
A reportagem procurou o empresário Robério Garcia, proprietário da Engeglobal, que disse não ter recebido cópia da documentação. Ele alegou ainda, acreditar que os trabalhadores estão “se aproveitando do momento Copa do Mundo para fazer chantagens em cima da construtora” e pontuou ainda que muitas reivindicações dos profissionais são “descabidas”.
“Temos uma empresa séria, respeitamos aquilo que foi firmado em Acordo Coletivo e muitas coisas que eles estão pedindo são descabidas. Não quero falar sem ter conhecimento desse documento, mas eu não trabalho sobre pressão. Minha empresa respeita as normas trabalhistas, não atua irregularmente e acredito que muitos estão se aproveitando do momento da Copa para chantagear”, observou Garcia.