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Ministro de Milei é cobrado sobre controle cambial

Uma das promessas de campanha de Javier Milei, o fim do controle cambial (chamado de cepo) na Argentina, se tornou o principal questionamento de empresários brasileiros durante encontro com o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Caputo reafirmou a indicação de “levantar o cepo” em 2025, sem estabelecer prazos exatos, em uma busca de atrair os empresários ao país.

Acompanhado da secretária da presidência e irmã do presidente, Karina Milei (que tem estrelado as principais viagens internacionais do governo argentino), Caputo veio ao Brasil na segunda-feira, 2, para comemorar os recentes números da economia argentina e atrair investimentos brasileiros ao país. “A Argentina é um país que havia perdido absolutamente sua credibilidade e, como vocês sabem, a credibilidade é a matéria-prima para fazer política econômica. Então, nós não tivemos alternativa além de ir a um programa de choque fiscal”, disse ele, aos empresários. Em seguida, convidou os brasileiros a aumentar seus investimentos no país.

“Tudo o que fizemos, de alguma forma, é a maior garantia que vocês podem ter para seus investimentos. Temos um presidente que visa fazer da Argentina o país mais livre do mundo. Garantindo o respeito e a consideração pela propriedade privada, a abertura comercial, a segurança pessoal e jurídica e, claro, respeitando essa ordem macroeconômica no fiscal, no monetário e no cambial”, continuou.

O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, enquanto o país é o terceiro principal destino das exportações do Brasil, atrás de China e Estados Unidos. Mas, neste ano, as exportações brasileiras caíram mais de 20% para o país vizinho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

COBRANÇA

Em contrapartida, o ministro ouviu do presidente da Fiesp, Josué Gomes, a cobrança sobre o cepo. “Estaremos em Buenos Aires assim que for liberado o cepo”, afirmou. “O ministro se comprometeu a liberar quando formos. Como todos desejamos que o cepo seja liberado o mais rápido possível, vamos organizar essa missão empresarial o mais rápido possível para Buenos Aires.”

O cepo se refere às restrições que existem na Argentina para a compra de dólares e outras moedas estrangeiras. Com a profunda crise econômica e a falta de reservas em moeda estrangeira no Banco Central, o teto foi criado para, entre outras coisas, evitar a fuga de moeda. O limite também cria restrições a transações internacionais de argentinos e às importações de bens e serviços para o país.

Estadão Conteudo

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