"Durante a noite falei com o Felipe pelo celular porque eu havia prometido a ele uma pizza desde domingo e fui avisar que tinha feito o pedido. Minutos depois me ligaram avisando que o meu caçula tinha sofrido um acidente e estava indo para o hospital. Quando cheguei na unidade vi os médicos tentando animá-lo. Ele era um menino carinhoso, extrovertido e eu não pude defendê-lo", lamenta o pai.
Segundo Robson Guerra, o filho não tinha o costume de ficar na porta de casa, mas dessa vez foi até a calçada para esperar o entregador de pizza. No momento do crime, Felipe estava acompanhado da mãe, do irmão de oito anos e mais dois vizinhos. "Quando ouvi aquelas palavras foi como se eu tivesse sentindo o tiro", declarou.
Ele contou que recebe diversas demonstrações de solidariedade de outras famílias vítimas da violência, mas que o maior apoio vem do filho mais velho, de apenas oito anos de idade. "Eu vivia pelos meus filhos. Tudo o que eu não pude ter, quis dar para eles. Não vou desistir, a morte do meu filho não vai ser esquecida", comentou.
Robson Guerra questionou a ação policial após ouvir a promessa de intervenção no bairro Promorar, feita pelo secretário de segurança, Robert Rios. Para ele, a invansão não vai resolver nada se o que precisa existir são projetos para melhorar a segurança na cidade. "Quantas mortes serão necessárias para a polícia e a justiça fazer algo efetivo? Se a polícia diz saber onde estão os traficantes, porque não se faz algo? Você vai na delegacia e vê rádio, viaturas quebradas, policial com revólver enferrujado. Como teremos segurança?", questionou o pai.
Caminhada
Na tentativa de alertar sobre a criminalidade em Teresina, familiares de Felipe Athos e de outras vítimas da violência farão uma caminhada neste domingo (23). O movimento acontecerá a partir das 9h30 na avenida principal do bairro Promorar, Zona Sul.
Globo.com