O problema é que o Estado precisa definir o instrumento, apresentar aos deputados estaduais e sancionar o projeto até esta quinta-feira de manhã, quando se encerra o prazo dado por Jérôme Valcke. Nesta terça-feira, na coletiva que anunciou a permanência de Curitiba na Copa, o secretário-geral da Fifa foi enfático ao dizer que é obrigação das cidades-sede o pagamento pelas estruturas temporárias.
"O objetivo do governo é captar até R$ 20 milhões com este instrumento especial. O prazo é curto, mas um acordo é viável. Vamos dar uma contrapartida em forma de incentivo fiscal e publicidade", disse um otimista secretário de planejamento do Rio Grande do Sul, João Motta.
Em resumo, a prefeitura e o Rio Grande do Sul darão isenção fiscal maior para as empresas que possuem equipamentos necessários para a estrutura da Fifa – áreas para voluntários, imprensa e segurança, na parte externa do Beira-Rio.
"Este instrumento vai ser específico para a Copa do Mundo. Então temos que apresentar ofertas melhores para a iniciativa privada. Não podemos citar os mecanismos normais", apontou o representante do governo, indicando isenção maior que o habitual.
O grande trunfo do mutirão gaúcho é que as partes envolvidas já iniciaram a prospecção de empresas parceiras. Tanto os órgãos públicos como o Internacional tratam com as marcas que estão envolvidas na Copa e, assim, se tornam potenciais fornecedores de equipamento.
"Não vamos ter uma ferramenta comum de captação de recursos, isto não teria como. Vamos ter um mecanismo para dar mais agilidade. Não vamos aguardar a posição da Assembleia Legislativa para ir atrás das empresas. Temos as necessidades e iniciamos os contatos previamente", assegurou Motta.
O escritório do Comitê Organizador Local, o COL, em Porto Alegre, também tem ajudado nos contatos de fornecedores. O levantamento feito pelo governo do Estado aponta para uma redução significativa especialmente na área de energia e segurança.
A ideia é conseguir portas com detector de metais para os jogos no Beira-Rio. Depois do Mundial, as peças serão instaladas em presídios espalhados pelo Rio Grande do Sul. Os 40 geradores, exigidos pela Fifa para uso ininterrupto, deverão ser adquiridos junto à empresas gaúchas.
Na terça-feira, os governos locais e a cúpula do Internacional estiveram reunidos com Jérôme Valcke. Diante do impasse sobre a divisão dos custos, o secretário-geral definiu a próxima quinta-feira como prazo final para resolução do caso.
Na semana passada, em uma manobra radical, o presidente do Internacional, Giovanni Luigi, chegou a dizer que Porto Alegre poderia ficar fora da Copa do Mundo porque o clube se recusava a pagar pelas estruturas temporárias.
A prefeitura e o governo do Estado se negam a dar recursos diretamente porque não consideram o pedido como legado pós-Copa. O governo também teme nova ação do Ministério Público, que ainda pede a devolução dos valores pagos pelas cidades-sede dos jogos da Copa das Confederações, em 2013.
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