Em visita a Cuiabá nesta segunda-feira (18), durante o seminário “35 anos da Constituição de Mato Grosso”, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou o atentado ocorrido na Praça dos Três Poderes no último dia 13. Durante o ataque, Francisco Wanderley morreu ao manusear explosivos que, segundo investigações preliminares, tinham como alvo ministros do STF.
Gilmar Mendes lamentou o episódio e chamou atenção para a vulnerabilidade dos esquemas de segurança na capital federal. “Infelizmente, ou felizmente, nós não temos uma cultura rigorosa de segurança. Queremos viver normalmente, mas episódios como esse nos fazem repensar”, afirmou o magistrado. Ele ainda destacou que medidas imediatas para reforçar a proteção no STF já estão em curso.
O ministro também refletiu sobre a escalada de violência política no Brasil, contextualizando o caso em uma tendência global de polarização. Segundo ele, o atual ambiente de hostilidade vai desde “xingatórios” até ações gravíssimas, como o atentado frustrado, e exige uma postura mais reflexiva de todas as instituições públicas.
“Precisamos dialogar para desarmar essa máquina de ódio. Antes podíamos levar uma vida normal, mas agora enfrentamos ameaças concretas. Não é só um problema brasileiro; é uma realidade global que precisa ser enfrentada”, pontuou Gilmar Mendes, enfatizando a necessidade de união entre os Poderes para recuperar a normalidade política.
O caso de Francisco Wanderley evidencia o aumento de atos extremistas de fundo político no Brasil, algo que o magistrado lamentou profundamente. Ele relembrou tempos em que os ministros do STF podiam circular sem escolta, frequentar espaços públicos e exercer suas funções com menor pressão.
Encerrando sua fala, Gilmar Mendes destacou que, apesar do cenário preocupante, o Brasil demonstrou capacidade de convivência democrática em eventos recentes, como as eleições municipais. Para ele, esse é o caminho a ser seguido para neutralizar a violência e resgatar a estabilidade.