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Julgamento pelo Massacre do Carandiru leva mais 15 PMs em à tribunal

 
Nas duas primeiras etapas do julgamento, no ano passado, os PMs que atuaram nos dois primeiros andares do prédio foram condenados, respectivamente a 156 e 624 anos de prisão. A Justiça decidiu, em primeira instância, que eles concorreram para a morte de 13 presos no primeiro andar e outros 52 no segundo andar.
 
Ao contrário dos dois primeiros julgamentos, deverá ocorrer uma mudança na estratégia de defesa dos acusados. Desta vez, ela será feita pelo advogado Celso Machado Vendramini, ao contrário das outras duas ocasiões, quando os PMs foram representados pela advogada Ieda Ribeiro de Souza.
 
Nos dois primeiros julgamentos, apenas quatro policiais foram interrogados, em cada um deles, na frente do júri popular, enquanto os demais permaneceram calados, conforme estratégia da defesa. Desta vez, os 15 deverão ser ouvidos, o que deve fazer com que o júri, conforme previsão inicial, possa se estender até o próximo domingo.
 
A acusação dos policiais será feita pelos promotores Márcio Friggi – que atuou no primeiro júri – e Eduardo Olavo, que participou do segundo. Fernando Pereira da Silva, que havia conduzido a acusação nos dois primeiros julgamentos não estará presente. O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo é o mesmo do segundo julgamento, que terminou com a pena de 624 anos para os acusados. Deverão ser ouvidas seis testemunhas de acusação e outras cinco de defesa.
 
Relembre o caso
 
Em 2 de outubro de 1992, uma briga entre presos da Casa de Detenção de São Paulo – o Carandiru – deu início a um tumulto no Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e a morte de 111 detentos. Os policiais são acusados de disparar contra presos que estariam desarmados. A perícia constatou que vários deles receberam tiros pelas costas e na cabeça.
 
Entre as versões para o início da briga está a disputa por um varal ou pelo controle de drogas no presídio por dois grupos rivais. Ex-funcionários da Casa de Detenção afirmam que a situação ficou incontrolável e por isso a presença da PM se tornou imprescindível.
 
A defesa afirma que os policiais militares foram hostilizados e que os presos estavam armados. Já os detentos garantem que atiraram todas as armas brancas pela janela das celas assim que perceberam a invasão. Do total de mortos, 102 presos foram baleados e outros nove morreram em decorrência de ferimentos provocados por armas brancas. De acordo com o relatório da Polícia Militar, 22 policiais ficaram feridos.
 
Terra 

Redação

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