O soldado da Polícia Militar, Ítalo José de Souza Santos, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 22 anos de prisão em regime fechado e à perda imediata de sua função. A condenação, decidida na semana passada, veio em resposta ao assassinato de Rodrigo Gonçalves da Silva, ocorrido em um bar no bairro 1º de Março, em Cuiabá, em 2012. Além desse homicídio, Ítalo já havia sido denunciado em outros casos, sempre com motivação de vingança, segundo investigações.
O promotor de Justiça, Vinícius Gahyva Martins, que representou o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) durante o julgamento, apresentou provas de que o crime teve como pano de fundo desavenças anteriores entre o réu e a vítima. A rixa entre ambos surgiu após desentendimentos envolvendo o irmão de Rodrigo e um primo de Ítalo, bem como pelo fato de Rodrigo ter matado um amigo próximo do soldado, o que, segundo o MP, desencadeou o desejo de vingança.
Segundo relatos coletados na investigação, no dia do assassinato, Rodrigo estava no bar acompanhado de seu cunhado. Ítalo, com a ajuda de Rafael Francisco de Almeida, que pilotava a motocicleta usada no crime e que veio a falecer durante o andamento do processo, se aproximou da vítima, desceu da moto, retirou o capacete e efetuou os disparos que tiraram a vida de Rodrigo.
A condenação de Ítalo José de Souza Santos simboliza não só a responsabilização de um policial militar por um crime cometido fora do exercício de sua função, mas também uma tentativa de afastar da corporação agentes envolvidos em atividades ilegais e motivadas por interesses pessoais.