O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, disse hoje que a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre uma suposta preferência da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, “compromete os princípios republicanos”. Segundo ele, as “autoridades competentes” não podem ignorar o movimento de Tarcísio.
O governador de São Paulo disse mais cedo a jornalistas que houve “um salve” da facção para votar “no outro” – ou seja, Boulos. Tarcísio apoia a tentativa de reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A fala do chefe do governo estadual foi durante o horário de votação.
“A declaração do Governador Tarcísio em relação a Boulos compromete os princípios republicanos que deveriam guiar o processo eleitoral. Tal comportamento não pode ser ignorado pelas autoridades competentes, principalmente no que tange à preservação da integridade das eleições”, disse Messias em seu perfil no X, antigo Twitter.
Antes, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também criticou Tarcísio de Freitas. Chamou a declaração do governador de “maior fake news” da eleição. Boulos decidiu pedir uma investigação judicial eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social depois da fala do governador.
O site Metrópoles publicou ontem (26) bilhetes atribuídos a líderes do PCC presos em penitenciárias paulistas. Nesses textos divulgados pelo site, havia indicações de votos a Boulos.