Os atores Cate Blanchett, Amy Adams, Joaquin Phoenix e Justin Theroux, entre outros, foram à elegante casa Frank E. Campbell, no Upper East Side, onde dezenas de celebridades já foram veladas. A família de Hoffman chegou mais cedo.
O enterro do ator será nesta sexta-feira (7), na igreja católica de Santo Inácio de Loyola, na Park Avenue, a mesma onde foi realizado, em 1994, o sepultamento de Jacqueline Kennedy Onassis, ex-mulher do presidente americano assassinado John F. Kennedy e, depois, do magnata grego Aristóteles Onassis.
A cerimônia de Hoffman também será privada e fechada para jornalistas. A família prepara uma missa maior para o fim do mês, de acordo com a imprensa americana.
Na quarta-feira (5) à noite, centenas de amigos e fãs se reuniram na frente da Companhia Teatral Labyrinth, em Manhattan, da qual Hoffman foi diretor artístico, para fazer uma vigília com velas.
'Possível overdose'
No domingo, uma fonte policial disse à agência France Presse que Hoffman sofreu uma "possível overdose". A polícia recebeu, por volta das 11h15 locais (14h15 de Brasília), um telefonema do roteirista David Katz, que comunicou a morte do ator. Segundo o "Wall Street Journal", a vítima foi encontrada com uma agulha de seringa no braço e envelopes de heroína ao redor.
Hoffman era casado com a estilista Mimi O'Donnell e deixa três filhos: Cooper, de 10 anos, Tallulah, de 6, e Willa, de 4. Ele lutava contra as drogas e, no ano passado, após uma recaída, foi internado em uma clínica de reabilitação por causa da dependência de heroína. "Estamos devastados com a perda do nosso querido Phil e apreciamos as demonstrações de amor e apoio", disse a família do ator, por meio de um comunicado divulgado pela imprensa americana.
Segundo o site da emissora Fox News, uma fonte policial disse que existe a possibilidade de Hoffman ter recebido um tipo mais potente de heroína, que contém o analgésico fentanil, opiáceo usado para aliviar a dor de pacientes com câncer. A combinação, de acordo com a Fox News, foi responsável pela morte de vários usuários nas últimas duas semanas.
De 'Boogie nights' a 'Jogos vorazes'
Hoffman se graduou em Artes Cênicas, em 1989, na Tisch School of the Arts, em Nova York. Dois anos depois, foi escalado para o filme independente de baixo orçamento "Triple bogey on a par five hole". Em 1992, com nome de Philip S. Hoffman, atuou em "Perfurme de mulher", com Al Pacino.
O primeiro papel de destaque foi em "Boogie nights", de 1997. Ele interpretou um gay que tentava conquistar o protagonista do filme. Dirigido por Paul Thomas Anderson, o longa conta os bastidores do cinema pornô californiano dos anos 1970 e início dos 1980.
Em 1998, chamou atenção ao atuar em "O grande Lebowski", dos irmãos Coen. Entre seus projetos recentes, está a saga "Jogos vorazes". Ele era o personagem Plutarco Heavensbee no filme de 2013, "Em chamas". E estava confirmado para as duas outras partes da franquia.
Segundo o blog The Wrap, especializado nos bastidores de Hollywood, ainda faltava uma semana de filmagens para o ator terminar o trabalho.
Hoffman já foi quatro vezes indicado ao Oscar. Além de levar o prêmio por "Capote" (2005), foi lembrado pela Academia por suas atuações como coadjuvante em "O mestre" (2012), "Dúvida" (2008) e "Jogos de poder" (2007). Outro personagem importante da carreira do ator foi Jon Savage, em "A Família Savage" (2007), que o fez ser indicado ao Globo de Ouro.
Ele também recebeu elogios ao interpretar o jornalista Lester Bangs em "Quase famosos" (2000) e o vilão Owen Davian de "Missão impossível 3" (2006).
A filmografia de Hoffman tem ainda "Tudo pelo poder" (2011), "Sinédoque, Nova York" (2008), "Antes que o diabo saiba que você está morto" (2007), "Magnólia" (1999), "O talentoso Mr. Ripley" (1999), "Dragão vermelho" (2002), "Cold mountain" (2003), "Patch Adams" (2008) e "O homem que mudou o jogo" (2011), entre outros.
Hoffman ainda produziu filmes, com destaque para "Capote" e "God's pocket", inédito no Brasil. Ele também dirigiu e protagonizou "Vejo você no próximo verão", de 2010. Nos palcos, foi indicado três vezes ao Tony Awards, considerado o Oscar do teatro. Um dos destaques é a peça "True west", encenada na Broadway.
G1