Cerca de 40 agentes participaram da manifestação com cartazes e “algemas penduradas”, sob justificativa de que muitos profissionais têm abandonado a carreira, por conta do descaso do Governo Federal com a categoria.
“Nossa reivindicação tem sido a mesma de 3 , 4, 5 anos atrás. Pedimos a reestruturação da carreira, mas o Governo não dá a mínima. Pior, é que o Governo está fazendo um boicote a PF por conta das operações anticorrupção desencadeadas nos últimos anos”, alegou o presidente do Sindicato dos Agentes Federais do Estado, Erlon José de Souza.
O sindicalista assegurou que o efetivo de profissionais da PF em Mato Grosso está bem aquém do ideal. Segundo ele, existem em todo o Estado cerca de 300 profissionais, quando o ideal seria 750.
Souza observa ainda, que somente em Cáceres o mínimo aceitável de profissionais deveria chegar a 250, número bem distante da realidade, já que hoje o município conta com apenas 45 agentes federais. “O município é a principal porta de entrada do contrabando de armas, veículos do narcotráfico e, em contrapartida conta com um efetivo quase que irrisório”, destaca.
Os profissionais cobram ainda melhores condições de trabalho e lembram que em novembro do ano passado, o prédio da PF pegou fogo por conta das precárias condições das instalações elétricas. Contudo, até hoje as medidas necessárias para evitar um novo caso desta natureza não foram realizadas.
“O que foi feito até agora foi a divisão do expediente em dois turnos de trabalho, porque a parte elétrica não comporta toda a demanda”, explicou Souza. Com isso, o sindicalista alega que a PF em Mato Grosso acaba tendo um expediente de 12 horas diárias, enquanto que em todos os demais estados a jornada é de 8 horas. “O Governo está tirando vantagem em cima dessa situação”, completa.
Reivindicação Salarial
Consta ainda na pauta de reivindicação, a questão salarial. O salário inicial da carreira é de R$ 7.800 e o final, alcançado após 15 anos de trabalho, é de R$ 11.800. “Acontece, por exemplo, que profissionais como os da Agência Brasileira de Inteligência, que assim como nós têm nível superior e desempenham as mesmas funções, têm um salário inicial de R$ 12.800. Está havendo uma desvalorização da carreira”, desabafa o presidente.
Mobilizações
Além dessa paralisação realizada hoje, que durou duas horas, os profissionais de todo o país realizam um novo ato na próxima terça (11).
Consta ainda no calendário de reivindicação, outros dois dias de paralisação em fevereiro (22 e 23) e três dias em março (11, 12 e 13).
“Se com toda essa mobilização não formos atendidos, teremos que partir para uma greve e ao que tudo indica, ele certamente ocorrerá durante a Copa do Mundo”, finalizou Erlon José.