A cidade Sorriso (420 km ao Norte) figura como a 7ª cidade com maior taxa de homicídios do Brasil, conforme o Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), baseado em dados de 2022.
A principal causa apontada é a disputa entre facções criminosas na região. O estudo também revelou um aumento de 18% no número de assassinatos em Mato Grosso no mesmo ano, enquanto Cuiabá é considerada a terceira capital mais segura do país.
Na região Centro-Oeste, Sorriso tem a maior taxa de homicídios (70,5), sendo a 7ª mais violenta do país entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Outros cinco municípios da região estão entre os 100 com as maiores taxas, sendo apenas um deles de Mato Grosso. Tangará da Serra aparece na 89ª posição, com 35 homicídios e uma taxa de 34,8 por 100 mil habitantes.
A pesquisa destaca que Mato Grosso, pertencente à região da Amazônia Legal e localizado na fronteira com a Bolívia, possui uma posição estratégica para a entrada de drogas no país, sendo palco de confrontos entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
O Atlas atribui a alta taxa de homicídios em Sorriso à guerra entre estas facções, que também impactou cidades vizinhas. Devido aos conflitos, membros do CV criaram a Tropa Castelar, aliada ao PCC, levando Sorriso à sétima colocação no ranking de taxa de homicídios, além de influenciar os índices em Aripuanã (93,4) e Colniza (62,1). No sudoeste do estado, Barra do Bugres (68,0) também se destaca como cenário de violência extrema.
Em 2022, Mato Grosso inverteu a tendência de queda na taxa de homicídios, registrando um aumento de 18% em relação a 2021, o maior crescimento entre todos os estados do Brasil.