Opinião

Arthur Antunes Coimbra

Quem acompanha o futebol brasileiro a muito tempo sabe que os grandes ídolos aparecem de quando em quando e, quase sempre, deixam um legado importante na história do esporte. Todos os grandes clubes brasileiros já tiveram seus jogadores extraclasse e cultuam esses craques que permanecem na memória dos torcedores e dos historiadores do nosso futebol. Estão sempre sendo lembrados, esteja o clube em boa ou má situação nas competições esportivas.

Zico, junto com Pelé, é talvez o mais lembrado por ter defendido o Flamengo, time com a maior torcida do Brasil. O Galinho tem uma impressionante história de gols e títulos sendo considerado o segundo maior jogador brasileiro de todos os tempos, atrás apenas do Rei, opinião do próprio Pelé, quando perguntado sobre qual o melhor atleta depois dele. Alguns acham exagero, outros, mais novos, não viram Zico jogar e tem dificuldades de assimilar essa assertiva.

A carreira dele não deixa dúvidas, campeão carioca, campeão brasileiro, campeão da Libertadores e campeão mundial pelo clube da Gávea. Zico foi uma referência como cobrador de faltas e um artilheiro nato, 502 gols em 732 jogos e inclusive teve a carreira abreviada pela entrada maldosa lateral Márcio Nunes, do Bangu em 1985. Depois disso o Galinho estava sempre no departamento médico em tratamento, pois as dores dessa contusão o acompanharam pelo resto da carreira.

Zico teve uma passagem pela Udinese, clube italiano que até hoje considera o brasileiro como um dos maiores jogadores de todos os tempos. Para se ter uma ideia, em 1983/84, ele ganhou o prêmio de melhor jogador do mundo pela revista World Soccer. A revista France Football deu o prêmio para o francês Michel Platini, porque só considerava jogadores europeus, desprezando assim nosso craque. Então, Zico foi considerado o melhor jogador do mundo vencendo, além de Platini, Diego Maradona, convenhamos, não é pouco.

De volta ao Brasil, de volta ao Flamengo, após a contusão em 1985, o craque se preparou para disputar a copa do mundo de 1986, no México. As dores eram fortes e não havia meio de se curar, de estar em plenas condições para a difícil disputa que se avizinhava. Uma seleção um pouco envelhecida que trazia Sócrates, Falcão, todos remanescentes da derrota para a Itália, na Copa da Espanha em 82. Zico, lesionado, entrou no terceiro jogo, mas não tinha condições físicas para disputar os jogos. Nas quartas de final a seleção perdeu para a França nos pênaltis, dando adeus ao título.                                 Zico continuou jogando no Flamengo após a copa, sempre com paradas no departamento médico, e parou de jogar no segundo semestre de 1989, fazendo sua despedida no Flamengo em 1990. No ano seguinte ele recebe um convite para jogar no Japão, ou melhor, para ajudar a implantar o futebol profissional no país. O Kashima Antlers foi o responsável por levar o astro brasileiro. Zico é o maior ídolo do futebol japonês e jogou até 1994. Depois de algum tempo na aposentadoria decidiu pela carreira de técnico de futebol. Foi assistente de Zagallo na copa da França em 1998. Foi treinador do Kashima e depois foi o comandante da seleção japonesa na copa de 2006. Treinou o Fenerbahçe da Turquia e alguns clubes menos conhecidos.

Foto: Arquivo/Flamengo

Paulo Arantes

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Apreciador do cinema, música, literatura e futebol, colabora com o Circuito Mato Grosso desde a sua fundação, em 2004, como jornal semanal impresso.

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