A primeira fase do estacionamento do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes foi entregue com capacidade para 685 vagas. Quatro meses depois, já é possível verificar problemas na obra. Postes de iluminação foram fixados no chão com parafusos faltando. O meio fio e a calçada de boa parte do estacionamento apresentam pontos em que o concreto está quebrado ou esfarelando, colocando em risco os pedestres.
O sistema de drenagem do estacionamento subterrâneo, que foi entregue na última quarta-feira (15), apresenta problemas de drenagem e fica parcialmente alagado quando chove, o que pode danificar os carros e dificulta a vida dos passageiros. Além disso, placas do piso tátil utilizado por deficientes visuais estão descoladas, colocando em risco quem precisa delas para se guiar pelo local.
A assessoria de imprensa da Infraero, estatal que administra o aeroporto, informou que, apesar das obras terem sido parcialmente entregues, elas ainda estão em regime de monitoramento. "Elas foram entregues, mas até o final da obra, o consórcio ainda tem responsabilidade sobre a qualidade do serviço. Quando a obra for finalmente entregue, todos esses problemas terão que estar resolvidos", informou a assessoria de imprensa da estatal.
Ainda de acordo com a Infraero, os problemas detectados pelo UOL Esporte foram repassados ao consórcio Encalso-Engevix-Kallas. Foto obtida pela reportagem no dia 5 de janeiro apontava um enorme buraco no asfalto do viaduto de desembarque. Com relação a esse problema, a Infraero informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a via já foi recapeada e o buraco tapado. Tudo isso apenas quatro meses depois da entrega do trecho.
Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo do ano que vem, em 2007, a expectativa — e promessa dos políticos –era que o evento fosse um catalisador de investimentos em infra estrutura nas 12 cidades-sede do evento. Em 2010 foi criado um documento, a Matriz de Responsabilidades, para garantir que o legado existiria. Trata-se de uma lista com todas as obras que deveriam fica prontas a tempo do Mundial. Em maio de 2012, ainda estavam previstos 51 projetos Arte UOL, com agências
No último dia 15, a Infraero anunciou a entrega de 70% das obras do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Segundo a estatal, foram entregues as salas de embarque e desembarque internacional remoto (sem uso das pontes de embarque ou "fingers"), parte das áreas do saguão de embarque e desembarque, alfândega e imigração. Também foram entregues mais 400 vagas, no estacionamento subterrâneo (justamente o que ainda apresenta problemas de drenagem). A estimativa da estatal é que a obra seja finalizada e entregue em abril de 2014.
As obras do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes vêm sendo marcadas por atrasos e denúncias de irregularidades. Inicialmente previstas para ser entregues em dezembro de 2013, a conclusão da obra foi adiada para abril deste ano. A Infraero alegou que o atraso se deveu a condições climáticas adversas e necessidade de adequação do projeto a especificações de segurança.
Em 2012, uma inspeção do Tribunal de Contas da União (TCU) detectou superfaturamento de aproximadamente R$ 2,2 milhões e pagamento em duplicidade no valor de R$ 810 mil.
De acordo com a Infraero, as obras de reforma e ampliação vão aumentar em mais de quatro vezes a capacidade do aeroporto. Em 2013, aproximadamente 3 milhões de passageiros circularam pelo terminal. A estimativa é de que, quando concluída, o aeroporto possa receber 13,5 milhões de passageiros ao ano.
O aeroporto de Manaus é a única obra de mobilidade inicialmente prevista na matriz de responsabilidade para a Copa do Mundo na capital do Amazonas que irá sair do papel. As outras duas obras previstas, BRT (Bus Rapid Transit) e o monotrilho, orçados em R$ 1,6 bilhão, sequer foram iniciadas. As duas foram retiradas da matriz de responsabilidade da Copa do Mundo e foram incluídas no PAC Mobilidade e não estarão prontas para a o torneio.
Uol