Usado para fritar carnes, refogar ingredientes e harmonizar pratos, o azeite de oliva é um item quase indispensável na maioria das cozinhas dos lares e restaurantes no estado e no país. O problema é que o produto está mais indigesto, pelo menos para o bolso dos consumidores, e acumula alta de até 80% nos últimos 12 meses. Para se ter uma ideia, em 2023, o preço médio do azeite virgem de 500 ml está em torno R$ 30 em boa parte dos supermercados brasileiros.
A disparada é explicada por fatores climáticos, em função do calor e estiagem que dificultam o cultivo de azeitona na Espanha, Itália e Grécia – que, combinados, são responsáveis por mais da metade a produção mundial do azeite. O valor elevado faz com que cozinheiros busquem alternativas para minimizar os impactos nas finanças. A farmacêutica Adriana Pereira conta que reduziu o consumo do azeite de forma expressiva neste ano.
“Para determinados alimentos, especialmente nas receitas mais elaboradas, ele é indispensável. Por outro lado, é possível substituí-lo por marcas menos famosas ou mesmo itens mais baratos no dia a dia, como óleo de soja e girassol. Não é a mesma qualidade, mas é o recurso mais adequado ao momento”, relata.
Nos restaurantes, os empresários estão trabalhando com cardápios mais enxutos e maior gerenciamento de estoque e dos principais produtos comercializados. O objetivo é se manter atento às preferências do consumidor para investir de maneira mais assertiva e aumentar a margem de rentabilidade.
A medida é uma questão de sobrevivência para o setor. Isso porque a maior parte dos estabelecimentos resistem a repassar os custos para o cardápio e cerca de 70% disseram que fizeram reajustes abaixo ou, no máximo, em paridade com a inflação nos últimos meses, aponta pesquisa recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “Apostamos no aumento do movimento neste fim de ano para reverter esta situação”, diz o presidente da entidade, Paulo Solmucci.
Obstáculos na produção
As oliveiras necessitam, no mínimo, de temperaturas que variam entre 8ºC e 10ºC durante o período de floração, mas o calor extremo afetou as lavouras e fez muitos produtores perderem até um quinto das safras previstas de serem vendidas em 2023. Por tabela, o volume destinado à exportação teve redução brusca, acarretando na majoração acima da esperada.
FONTE: A Gazeta