Do Caçador de Marajás ao Ídolo do PT.
Desde o fim da ditadura militar em 1985, as eleições brasileiras ocorrem com candidatos que se dizem “salvadores da pátria”. Não está neste grupo o José Sarney que substituiu o Tancredo Neves, eleito pelo Congresso, morto antes de tomar posse.
O primeiro a despertar a euforia do povo foi o fanfarrão Fernando Collor de Melo, que percebendo uma antipatia dos contribuintes com a elite mais bem remunerada dos funcionários públicos, encampou esta indignação como mote principal de sua campanha. Na época tais servidores eram chamados depreciativamente de marajás do serviço público. Collor criou a figura do “Caçador de Marajás” e com ela ganhou a eleição, concorrendo com diversos candidatos, entre eles o Lula.
Não terminou o mandato, nem podia, pois era um falastrão exibicionista totalmente despreparado, além de imprevisível e irresponsável. O caçador foi cassado.
Esta era uma época de Planos Econômicos lançados como medidas extremas tentando conter a inflação desembestada. Só no tempo do Sarney foram três deles: Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão.
Quando o Collor assumiu com seu nefasto voluntarismo aplicou um Ippon (como ele mesmo denominou) na economia. No judô é um golpe que encerra a luta. Não conseguiu nocautear a inflação, mas quase faliu o Brasil confiscando poupança e depósitos bancários da população.
Depois houve o Plano Real, implementado pelo Fernando Henrique, que substituiu o sucessor do Collor – Itamar Franco. A inflação foi enfim domada.
Em 2002, depois de três derrotas consecutivas, finalmente o Lula assumia a presidência, começando o reinado do PT, que durou 14 anos. Em 2016 com o impeachment da Dilma o vice Michel Temer concluiu o mandato.
Nesse tempo já começava a divulgação sensacionalista dos resultados das investigações da Lava-Jato que mostravam o Partido dos Trabalhadores no comando da corrupção que quase quebrou algumas estatais.
A maioria dos eleitores nesse momento admitia que diante de tantas confissões, de delações premiadas dos caciques do partido e de diretores de estatais estava selado o fim do PT. Os fatos mostraram o engano da avaliação.
Faço este pequeno resumo para concluir que nós os eleitores somos movidos por paixões na hora de votar. O Collor depois de cassado foi eleito duas vezes como Senador por Alagoas. O Maluf em São Paulo, reconhecido como o maior dos corruptos do país, só deixou de ser eleito quando não pode mais candidatar-se por problemas de saúde. Finalmente temos o Lula, que apesar da condenação e da prisão é o atual presidente da República.
De todos os presidentes pós ditadura, o do PL e o do PT foram os mais danosos para o País. Não falo de maus governos do ponto de vista econômico (crescimento, inflação, desemprego). Lamento, isto sim, a herança de ódio que ambos deixaram para a população. Eu nunca tinha visto “neste já tão longo andar*” tanta raiva separando adversários. No caso, os idólatras Lulistas dos que endeusam o Bolsonaro.
* Mário Quintana.
Renato de Paiva Pereira
Foto/imagem: site www.conhecendobrasilia.com.br