Um dos exoplanetas, um pouco maior que a Terra, é chamado de GJ 1214b. Em 2010, cientistas tentaram descobrir a composição da atmosfera do corpo quando ele passou em frente a sua estrela. Contudo, eles não conseguiram registrar nada.
Isso poderia significar duas coisas: que a atmosfera dessa "superTerra" é composta basicamente de moléculas mais pesadas, como água, ao invés de hidrogênio. Isso significaria que a atmosfera seria densa e comprimida, fina demais para ser registrada pelos telescópios. A outra possibilidade era de que nuvens bloqueassem o registro.
Um time liderado por Laura Kreidberg, da Universidade de Chicago, usou o telescópio Hubble para registrar 15 passagens de GJ 1214b em frente a sua estrela no espectro do infravermelho próximo. Isso gerou dados suficientes para indicar que o planeta não tem uma atmosfera rica em água. Sobram as nuvens como explicação.
As nuvens, contudo, não são nada parecidas com as da Terra. Devido à temperatura e pressão em GJ 1214b, elas devem ser compostas de sulfureto de zinco ou cloreto de potássio. "É a primeira vez que conseguimos caracterizar a atmosfera de um exoplaneta menor que Netuno", diz Laura.
Um estudo muito similar – também utilizando o Hubble -, liderado por Heather Knutson do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), descobriu que GJ 436b, um exoplaneta de tamanho similar ao de Netuno, também é coberto de nuvens.
Fonte: Terra