– Eu acredito, repito, eu acredito que foi isso o que aconteceu: Michael esquiava com um grupo em uma pista normal. No meio havia uma área de neve profunda. Ele não estava em alta velocidade, porque parece que tinha ido ajudar um amigo que tinha caído em uma área de neve profunda. Aparentemente, ele pegou uma rocha que não enxergou quando fez uma curva e foi catapultado no ar, chocando-se com outra rocha quando caiu. É um conjunto de circunstâncias ruins e infelizes. Não porque ele estava correndo muito, mas algo que pode ter acontecido a 10 km/h.
Nesta terça-feira, a revista "Times" divulgou que a velocidade estimada de Schumacher no momento do acidente seria entre 60 km/h e 101 km/h. O impacto foi tão forte que o capacete do piloto, responsável por salvar sua vida, segundo os médicos, se partiu em dois.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o esquiador profissional e guia alemão Thomas Weller explicou que existe uma escala de graus de dificuldade das pistas de Méribel, dividida em cores.Ele disse que o ex-piloto estava em pistas adequadas à sua habilidade no esporte, mas que teria sido imprudente por deixar a área sinalizada.
– Chamois e Biche são pistas de azul para vermelha, ou seja, não tão difíceis. Ele estava devidamente preparado, com certeza, e é um ótimo esquiador. Eu nunca esquiei com ele, mas já o vi esquiando. A dificuldade é que ele não esquiou na pista, mas sim fora, numa espécie de "entrepista". Todas as pistas do mapa são cobertas por uma companhia que as limpa, tira as rochas e tudo o mais. Fora delas pode ser muito perigoso. Há pedras, árvores, animais e tudo o mais. Elas não têm neve suficiente, não têm cobertura nessa época do ano, então você corre muito perigo, porque os obstáculos ficam descobertos. Muitos esquiadores caem. Quanto mais neve, melhor, pois há menos perigo – explicou Weller.
Em nova coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, a equipe médica do Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, na França, afirmou que o quadro de Michael Schumacher apresentou uma leve melhora na madrugada (horário de Brasília). De acordo com o diretor geral do hospital, o alemão passou por uma nova cirurgia na noite desta segunda-feira (22h locais), que durou cerca de duas horas, para diminuir a pressão no cérebro. Após o procedimento, um novo exame apontou uma ligeira melhora no quadro clínico do heptacampeão mundial de Fórmula 1, que segue em coma induzido.
– Nós fizemos uma ''varredura'' sem nenhum risco desnecessário, que apontou uma leve melhora.
Nós temos alguns sinais para achar que a situação está mais controlada do que nesta segunda – disse o doutor Jean-Francois Payen, o mesmo que na coletiva da manhã de segunda-feira disse que Schumacher estava "lutando pela vida".
Globo.com