"É normal que o povo se perca por aqui", diz Alexandre Gomes, 33, sócio de uma farmácia da esquina.
O comerciante afirma que as chapas de metal foram danificadas por torcedores de futebol que saíam de um jogo. "Ninguém vem arrumar. Do jeito que está aí, a placa já fez até aniversário", diz.
No cruzamento da avenida Tancredo Neves com a Vergueiro, na zona sul, o aniversário já é de quase três anos. Desde uma batida de carro no começo de 2011, um poste com o nome das ruas também espera manutenção.
A situação das placas não é um problema isolado. Basta uma volta rápida por um bairro para chegar-se à conclusão: a cidade demonstra que está malcuidada.
A Folha percorreu São Paulo para fazer uma avaliação da zeladoria no primeiro ano da gestão Haddad. Além dos problemas das placas, encontrou lixo pelas ruas e calçadas e praças sujas, pichadas e com mato alto e falta iluminação pública.
"Não faço uma avaliação nada positiva da gestão", diz Euler Sandeville, professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo.
Para ele, um dos pontos nevrálgicos da gestão é justamente a falta participação na administração da cidade.
BANCO DA PRAÇA
Uma das principais reclamações do paulistano é a falta de espaços públicos de recreação, como praças –um dos assuntos da campanha de Haddad em 2012.
São Paulo conta com cerca de 5.000 praças. O número não aumentou na nova gestão. O problema, diz a prefeitura, é que a criação de praças depende do Legislativo.
Das praças que existem, muitas têm mato alto, pichação, lixo e moradores de rua –caso da praça Marechal Cordeiro de Farias, que fica no final da avenida Paulista.
A prefeitura diz que faz manutenção das praças semanalmente e que há 300 obras em praças e parques de SP. Já a varrição da cidade custa R$ 70 milhões ao mês.
"São Paulo tem problemas crônicos de zeladoria. É talvez um dos maiores problemas da cidade", avalia Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Outro enrosco da cidade é a iluminação pública. Quando Haddad assumiu a pasta, havia uma estimativa de 18 mil pontos na cidade com pouca ou nenhuma luz.
Hoje, a prefeitura não sabe precisar quantas ainda permanecem no escuro, mas afirma que R$ 116 milhões já foram gastos em ampliações e remodelações da rede.
A Secretaria de Coordenação de Subprefeituras disse que consertará as placas indicadas pela Folha.
Folha