A falta de perícia nos sapatos do padrasto e a ausência de contraprova em um exame com o cão farejador da Polícia Militar são dois dos pontos citados por Oliveira.
Joaquim foi encontrado morto no rio Pardo, próximo a Barretos (423 km de São Paulo), cinco dias depois de seu suposto desaparecimento ser comunicado à polícia, em 5 de novembro. A perícia constatou que ele não morreu afogado, mas não indicou a causa da morte.
"A perícia não conseguiu determinar a data exata ou aproximada da morte, não informou a causa da morte, o meio utilizado, não tem sequer indícios de quem praticou isso", disse.
A mãe de Joaquim, Natália Mingoni Ponte, 29, antes tratada como suspeita, foi isentada de participação no crime pela polícia.
O advogado disse que a perícia também informou que a morte tinha ocorrido "há mais de 30 horas", o que poderia situar o fato em qualquer um dos quatro dias após o desaparecimento ter sido comunicado.
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pela investigação, afirmou esta sexta-feira que a provável hora da morte não foi informada pela perícia.
A defesa afirmou ainda que a perícia feita com um cão farejador pode ter falhado. O animal indicou, após cheirar peças de roupas de Joaquim e de Longo, que ambos fizeram o mesmo percurso até o córrego Tanquinho, próximo à casa onde moravam.
Segundo Oliveira, Longo deu banho no menino na véspera do suposto desaparecimento e, na manhã seguinte, desceu até o local para procurá-lo, o que pode ter enganado o cão. Natália também foi até o córrego, e o cão não acusou o trajeto dela, de acordo com o advogado.
O delegado disse que Natália não desceu até o córrego e que a perícia está certa.
Oliveira afirmou ainda que não foi pedida a perícia das roupas de Longo, já que a polícia o acusa de ter descido até o córrego para jogar o corpo do garoto.
Para o delegado, a culpa de Longo é provada pela investigação, testemunhos e perícias. "Não existe isso de menino desaparecer com portão trancado e gente em casa", disse.
Folha