A construção do viaduto foi um dos fatos geradores da instabilidade do morro que está prestes a deslizar com as chuvas constantes nesta época do ano. A obra [viaduto] foi inaugurada com toda a pompa e circunstância com oito meses de atraso e deixou como ‘legado’ famílias vivendo momentos angustiantes de espera para o início de construção do muro de contenção que já deveria estar sendo erguido.
O Circuito Mato Grosso entrou em contato com a Secopa e a assessoria informou que havia 10 dias que a obra tinha sido iniciada com a montagem dos canteiros. A assessoria da Secopa também informou que o Consórcio Atracon – o mesmo que construiu o viaduto – tinha aceitado a incumbência da obra de contenção e que as famílias das residências que corriam maior risco de desabamento já tinham escolhido as novas moradias, restando apenas acertos burocráticos para assinarem o contrato de aluguel.
Nilda Silva, moradora da casa com maior risco de desabamento, informou que está esperando o contrato de locação para assinar, mas até agora, nada! Dona Nilda conta que está muito decepcionada porque “parece que estão enrolando a gente”. A moradora de 76 anos relata que, após uma das fortes chuvas que caiu na capital, o local encheu de gente: “Veio Secopa, bombeiros, Defesa Civil e depois sumiu todo mundo. Não mexeram uma palha pra construir a contenção do barranco”.
A líder do grupo de moradores que está em risco de desabamento, Lenice Pereira, esteve na segunda-feira (02/12) na Secopa em busca de informações sobre o andamento dos acordos firmados entre o secretário-adjunto de Infraestrutura, Alyson Sander, e os moradores do local. Lenice foi informada que a construção do muro de contenção só seria iniciada em janeiro e que o projeto da obra estava finalizado, aguardando somente o aval da Secopa para dar início à construção.
Lenice, em tom de desabafo, afirma: “A impressão que eu tenho é que existe um jogo de empurra lá dentro [Secopa]. Uma hora fala uma coisa, outra hora fala outra e a gente acaba atordoada, sem saber qual a informação certa”. A moradora atestou que nenhum movimento para o início das obras de contenção foi realizado, afirmação que conflita com as informações passadas pela assessoria da Secopa ao Circuito Mato Grosso.