Menezes diz que o governo não tem outra saída senão terceirizar tudo, pois assim não tem compromissos trabalhista e previdenciário, outro ‘calcanhar-de-aquiles’ do governo Silval e segue dizendo que os programas que requerem investimentos são todos feitos através de empréstimos. O analista lembra que esse inchaço da folha de pagamento começou em 2009, com Blairo Maggi (PR), ao decretar aumento automático pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e com a contratação de mais de 14 mil novos servidores.
Mota Menezes também faz uma alusão à repentina onda de entrevistas em diversos órgãos pelo governador Silval Barbosa: “Ele está tentando minimizar os comentários de que o governo está ‘quebrado’”.
A terceirização é tendência quando o Estado perde o poder de investimento, segundo o analista, “ainda mais quando a folha de pagamento ‘come’ quase tudo o que arrecada”.
A Diretoria Executiva do Cepromat enviou nota de esclarecimento ao Circuito Mato Grosso dizendo que “não se trata de privatização” e que “o governador Silval Barbosa, como a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, estão buscando o fortalecimento do Cepromat, inclusive com investimentos e ações que justificam a confiança na competência dos trabalhadores da estatal”. Segue a nota explicando que “o projeto de modernização tecnológica que otimiza os recursos direcionados à área de TI, sem novos ônus para o Poder Executivo estadual”. Esse esclarecimento corrobora a afirmação de Alfredo Mota Menezes de que o Estado não tem recursos para investimento.
Ao publicar o edital de licitação sem promover a audiência pública, além de um ‘errei’ do presidente Wilson Teixeira – o Dentinho – a diretoria esclarece que ela “foi usada para discussão” e que “o certame é de livre concorrência e poderão participar todas as empresas/consórcios que preencham os requisitos estabelecidos no edital a ser lançado em dezembro”.
Esses requisitos mencionados na nota são bem semelhantes às práticas utilizadas nos editais de compra dos assentos da Arena Pantanal e das obras do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, onde se colocaram tantos detalhes e houve tantas exigências que não ganhou a empresa que ofereceu o melhor preço para o Estado, desrespeitando o princípio da economicidade. Ressalte-se que o edital lançado e depois anulado pelo Cepromat é composto por seis lotes de serviços distintos, porém interligados, compondo o escopo do MT Digital, que ficará sob o comando de uma única empresa.