Salehi fez o anúncio ao fim de uma reunião com o diretor da AIEA, Yukiya Amano, que está em Teerã.
O acordo abre caminho para inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visitarem o reator de água pesada de Arak e a mina de urânio de Gachin, e para que medidas exigidas pela agência sejam implementadas.
"Conseguimos uma declaração comum que fixa um mapa do caminho para a cooperação com a AIEA", declarou Salehi após uma reunião com o diretor da agência, o japonês Yukiya Amano, que está em missão oficial em Teerã.
O mapa do caminho prevê seis fases. A primeira, que vai durar seis meses, "tem o objetivo de criar mais confiança entre ambas partes", declarou Salehi.
"Nas fases seguintes nossos especialistas e os da AIEA conversarão sobre outras questões, como as que não têm um componente nuclear direto", explicou o chefe da Organização Nuclear Iraniana.
Salehi, no entanto, pareceu descartar no momento uma visita da AIEA à base militar de Parchin, perto de Teerã, onde a agência acredita que o Irã organizou explosões de teste.
Desde 2012, o Irã se recusa a permitir que a AIEA inspecione edifícios suspeitos de tipo militar. Em 2005 a agência realizou inspeções que não deram resultado.
O diretor da AIEA comemorou um acordo "muito importante" e disse que "restam muitas coisas por fazer" para resolver as dúvidas sobre a possível dimensão militar do programa nuclear iraniano.
"A AIEA resolverá todas as questões pendentes, presentes e passadas, por meio da cooperação", disse Yukiya Amano.
França
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse ter esperança em um acordo com o Irã sobre o programa nuclear iraniano, embora Teerã ainda tenha que fazer um esforço em alguns pontos.
"Nós não estamos longe de um acordo com os iranianos, mas ainda não chegamos lá", disse Fabius à rádio Europe 1.
A maratona de negociações entre o P5+1 –os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais a Alemanha– e o Irã, no sábado, não chegou a um acordo. Os lados marcaram um novo encontro para 20 de novembro.
Alguns diplomatas acusaram a França de arrogância durante as conversações em Genebra no fim de semana, algo que Fabius negou, dizendo que Paris não estava isolada, mas teve uma política externa independente.
"Estamos firmes, mas não rígidos. Nós queremos paz, e nós queremos chegar ao final", afirmou.
Fabius voltou a dizer que o Irã deve suspender a construção do reator de água pesada de Arak e interromper o enriquecimento de urânio a 20 por cento de concentração em troca de um abrandamento das sanções internacionais impostas à economia iraniana — uma posição adotada por Paris há bastante tempo.
Ele se recusou a entrar em detalhes específicos sobre o que está travando a negociação.
"Tenho esperança de que vamos chegar a um bom acordo. Queremos um acordo que garanta estabilidade regional e internacional", disse Fabius. "Se não chegarmos a um acordo, será um problema considerável em poucos meses."
G1 Mundo