Criado em 1915 no estado ocidental de Gujarat, o ashram foi o primeiro estabelecido por Gandhi e abriu ao público no início deste mês. Por cerca de R$ 35 (1.000 rúpias) por noite, turistas podem experimentar o ascético estilo de vida do famoso líder da independência indiana.
Mas eles precisam aderir aos 11 votos que Gandhi promoveu, incluindo o de não violência, liberação de posses, uso de produtos locais, trabalho para conseguir a comida diária e autorestrições, incluindo castidade e controle da dieta.
Eles também são encorajados a seguirem a rotina diária austera de Gandhi, que inclui acordar às 5h da manhã e cuidar das tarefas domésticas. Poderão tecer, orar, meditar e visitar comunidades locais, sempre usando o khadi – roupa tradicional feita à mão.
O programa foi lançado no dia 2 de outubro, coincidindo com o 144º aniversário de nascimento de Gandhi.
Conhecido como Mahatma ou Grande Alma, ele promoveu uma campanha não violenta contra o Império Britânico que culminou na liberdade da Índia em 1947. Ele foi morar no ashram, agora chamado de “Kochrab Ashram” e na época pertencente a um advogado amigo dele, depois de retornar à Índia da África do Sul, em 1915.
Desta base, em uma vila nos arredores da cidade de Ahmedabad, o líder indiano rejeitou o conforto material e desenvolveu algumas das ideias que o tornaram famoso.
Vizinhos irritados
Em um incidente, irritou a vizinhança ao convidar um homem de castas inferiores (chamadas de “intocáveis”) para morar com ele como parte de sua campanha contra o rígido sistema de castas indiano.
O ashram é administrado por uma universidade próxima, que Gandhi criou em 1920 para “libertar a juventude Indiana dos grilhões do sistema colonial britânico”.
"O objetivo deste programa é permitir que as pessoas experimentem um estilo de vida sustentável, para aproveitarem a simplicidade e a virtude de Gandhi”, diz Nischalavalamb Barot, agente de viagens que ajudou a desenvolver o programa, chamado “Viva Gandhi por um Momento”.
Os hóspedes serão encorajados a acordar cedo, orar, meditar, tecer e visitar comunidades locais, sempre com a roupa tradicional como a usada pelo líder indiano
"Isso deve mudar as percepções dos turistas sobre a vida, a sociedade e os recursos naturais. Deve ajudar também a que eles encontrem a paz e a satisfação interna”, afirma.
Barot ressalta que a estadia pode não ser fácil. "Os turistas terão que seguir os votos que Gandhi seguiu no ashram…. Eles também usarão o khadi durante o programa”, diz.
Sudarshan Iyengar, vice-chanceler da universidade Gujarat Vidyapith, que adminstra o ashram, afirma que está confiante de que a abertura para turistas vai ajudar a promover os ideias de Gandhi.
G1 MUNDO