Cidades

Rixa entre poderes contribui para descaso com patrimônio histórico

 
José Lemos destaca que, além do imóvel necessitar de características marcantes de determinada época para ser tombado, além da técnica, precisa ter vinculação com a cidade, dando exemplo de um prédio onde tenha acontecido algo marcante. Mas lamenta o jogo político que permeia a discussão, sobretudo numa cidade com quase 300 anos como Cuiabá, que possui exemplos de arquitetura que valem a pena ser tombados.
 
“Assisti, durante muitos anos, mais um conflito do que uma tentativa de acordo entre os poderes. Vi muitas vezes o município querer fazer um serviço, mas aí o Estado não entrava em acordo e vice-versa. Acho lamentável, pois, no caso de Cuiabá, temos imóveis que datam do século XVIII que poderiam ser tombados e revitalizados, não apenas pelo seu estilo mas também pelo vínculo que têm com a cidade”, diz ele.
 
De acordo com o arquiteto, um dos investimentos mais urgentes que deveriam ser feitos seria o rebaixamento da fiação dos postes do Centro Histórico, tendo em vista que essa é uma condição primordial para a realização de um “trabalho superficial”. Afirmando que outros imóveis contemporâneos também deveriam receber o tombamento, o professor universitário relata que, ao longo dos anos, os investimentos públicos foram insuficientes para cumprir tal demanda.
 
“O principal investimento que deveria se fazer é o rebaixamento da fiação do Centro Histórico. Essa é uma condição essencial para se fazer um trabalho superficial. Outros prédios mais recentes, como o da Rodoviária de Cuiabá, também deveriam ser tombados, mas, seguramente, ao longo dos anos, não houve investimentos públicos suficientes, tanto para os prédios antigos como os novos”, diz ele.
 
 

Redação

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