A vistoria foi acompanhada pela imprensa e também por um pequeno grupo de ativistas que defendem os animais. Além da comissão, de advogados e de funcionários do instituto, ninguém mais foi autorizado a entrar no prédio. Ainda assim, a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança.
O QUE A POLÍCIA INVESTIGA
Invasão e furto Maus-tratos
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), cerca de 80 pessoas entraram no Instituto Royal, destruíram o local, levaram cães e equipamentos eletrônicos.
Ativistas serão ouvidos pela polícia e podem ser indiciados pelo crime de furto qualificado As denúncias de que os animais eram vítimas de maus-tratos no instituto também serão investigadas.
Uma perícia foi realizada no local. De acordo com a SSP, representantes da empresa serão convocados para prestar depoimento
De acordo com o delegado seccional Marcelo Carriel, a decisão foi tomada por conta da amplitude dos fatos, de modo que o delegado de São Roque atuará em parceria com os delegados de Sorocaba. "[O delegado] Marcelo Pontes tem todas as informações colhidas até agora. Ele vai passar os dados do inquérito à equipe da DIG, que tem um contingente maior de pessoas para investigar o caso", explicou.
Além disso, Carriel informou que a polícia local vai receber ajuda da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para identificar os vândalos responsáveis pela depredação do laboratório onde os cães eram submetidos a testes e também pelo incêndio em carros da imprensa.
A polícia manteve em São Roque apenas a investigação sobre o caso de depredação, já o furto dos animais feito pelos ativistas e também a denúncia de maus tratos ficam sob a responsabilidade da DIG. "A partir de agora, todos os depoimentos serão em Sorocaba. Por enquanto, 20 pessoas foram identificadas como participantes da invasão, mas as investigações continuam", diz o delegado seccional. "Esses depoimentos serão feitos até a próxima segunda-feira (28)."
Instituto nega maus tratos
Ao todo, 178 cachorros da raça beagle foram retirados do Royal durante a madrugada da última sexta-feira (18) por um grupo de ativistas que protestavam contra maus tratos em frente ao local. Mesmo com a presença da polícia, as pessoas entraram e retiraram os cachorros que estavam presos em gaiolas. O instituto realiza testes com produtos cosméticos e farmacêuticos não só nos cães, como também em coelhos e ratos.
De acordo com os ativistas, a denúncia era a de que os cachorros estavam sendo sacrificados com métodos cruéis. O mesmo instituto já tinha sido alvo de outras denúncias ao Ministério Público.
O instituto Royal, por meio de seu advogado, negou qualquer tipo de irregularidade. Os representantes informaram que a empresa está registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que trabalha conforme as determinações legais.
O laboratório onde os cães eram deixados foi totalmente depredado pelos manifestantes. Nessa quarta (22), a instituição divulgou um vídeo de esclarecimento no qual a diretora-geral, Silvia Ortiz, informou que os cachorros não eram usados em testes de produtos de limpeza, como chegou a ser dito por ativistas de direitos dos animais nas redes sociais.
Extra Globo