Os inquéritos policiais sobre o caso foram transferidos desta quinta-feira (24) de São Roque, município do interior paulista que sedia o instituto, para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município de Sorocaba. Segundo José Humberto Urban, delegado titular da DIG, as diligências na pequena cidade de menos de 100 mil habitantes ultrapassaram a capacidade da polícia local. “A DIG de Sorocaba conta com contingente maior e vai colocar à disposição do caso”, informou o delegado.
Urban declarou que os possíveis maus-tratos sofridos pelos animais não justificariam a invasão e a depredação. Integrantes do movimento Black Bloc, que também praticaram vandalismo, vão ser investigados pela força-tarefa formada pela Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Militar. Eles poderão ser enquadrados na nova Lei de Associação Criminosa.
De acordo com o inquérito, mais de 100 pessoas participaram da invasão à empresa, mas a investigação deve individualizar condutas. Isso significa separar a atuação dos ativistas e dos integrantes do movimento Black Bloc.
Um dos inquéritos vai apurar também as denúncias de maus-tratos contra os animais – cães, coelhos e ratos – usados como cobaias em experimentos científicos. Serão ouvidos os diretores responsáveis pelo Instituto Royal, que já foram intimados. Essas investigações vão ser feitas em conjunto com o trabalho de investigação desenvolvido, desde o ano passado, pelo Ministério Público de São Paulo. Um pen drive contendo informações técnicas da empresa, entregue por um repórter, vai ser incorporado ao inquérito.
Nessa quarta-feira (23), um dos cães levados pelos ativistas foi entregue à polícia por uma mulher, que disse não ter participado da invasão e ter recebido o animal como doação. O destino do beagle agora é incerto, disse o delegado. Mais dois cachorros já haviam sido encontrados nas ruas da cidade. A polícia acredita que o restante tenha sido levado para outros municípios do estado.
Agência Brasil