Os cientistas testaram uma combinação de dietas e exercícios para tentar chegar a uma melhor equação de como reduzir a perda óssea e muscular de viagens de longo prazo ao espaço.
O estudo recriou alguns aspectos do voo espacial, por isso os voluntários ficaram os 21 dias com o pé para cima e a cabeça abaixo da linha do corpo. Descansar e ser pago para isso pode até parecer uma boa proposta, mas os participantes afirmaram que lidar com a monotonia, testes constantes e uma dieta rigorosa sem poder levantar, esticar o corpo, tomar ar fresco ou um simples banho foi um desafio e tanto.
– Os primeiros dias de cada sessão foram os piores – disse Marc Marenco, um dos voluntário do programa, ao site da ESA. – O corpo precisa se adaptar e eu tive enxaquecas e dores nas costas.
Terceiro estudo de 21 dias realizado este ano no MEDES, centro de pesquisa clínica em Toulouse, França, a experiência utilizou uma dieta altamente proteica com uma rotina de exercícios que envolvia fazer agachamentos de cabeça para baixo entre placas vibrando.
A respiração dos voluntários também foi monitorada, pois os pesquisadores queriam saber a quantidade de oxigênio que cada pessoa respira e quanto dióxido de carbono sai, como uma forma de estudar as ligações entre dieta, respiração e consumo de energia.
Após os dias de sacrifício pela ciência, os “travesseironautas“ (”pillownauts“ no termo em inglês), disseram sentir orgulho da contribuição que prestaram para a ciência da exploração espacial humana.
– Nós somos uma referência para muitos artigos e eu acho que os dados vão ajudar os cientistas a avançar mais um passo em sua pesquisa – afirmou o voluntário Daniel Fandino.
Assim como os astronautas de verdade, os “travesseironautas” tiveram que se readaptar à vida em pé, e fizeram alguns exames antes de serem liberados. Os dados da experiência, feita em conjunto com a CNES, agência espacial da França, ainda serão estudados, mas novos testes já estão marcados para 2015, com uma duração ainda maior: 60 dias.
O Globo