Segundo o MPF, o investimento do governo em tendas para voluntários e seguranças, por exemplo, não tem interesse público e não deixará qualquer legado à população brasileira. O mesmo vale para os gastos para a transmissão da Copa. Por isso, ambos os custos deveriam ser bancados por Fifa e COL.
O MP usou esse mesmo argumento para abrir processos contra a Fifa e o COL nos estados da Copa das Confederações. O órgão tem seis ações (Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará) e quer cerca de R$ 230 milhões gastos no torneio sejam devolvidos aos cofres públicos. O diretor executivo do COL, Ricardo Trade, já disse que os gastos foram acordados em contrato.
No caso da Copa do Mundo de 2014, o MPF estima que o custo dessas estruturas chegue a R$ 1 bilhão. Segundo o órgão, o compromisso de custeio das estruturas temporárias foi exigido pela Fifa três meses antes de a entidade anunciar as cidades-sedes escolhidas, em 2009. A obrigação não constava na versão original do chamado contrato de estádio. Para o MPF, portanto, é um termo aditivo imposto pela Fifa sem qualquer possibilidade de discussão pelos os governos.
A ação do MPF contra o pagamento das estruturas temporárias foi aberta em setembro. Além da Fifa e o COL, todos os governo de cidades-sede também são reús.
A segunda ação do MPF contra a Fifa e o COL foi aberta neste mês. Ela questiona o pagamento dos serviços para transmissão dos jogos com dinheiro público. Também são réus a União e a Telebrás. Na ação, o argumento é o mesmo: ausência de finalidade pública, já que o serviço atende a interesse exclusivamente privado da Fifa.
O MPF relata que a própria União, em 2011, defendia o entendimento de que não seria responsabilidade do governo federal arcar com os custos dos serviços de telecomunicações para a Copa. Contudo, em janeiro de 2013 acabou cedendo às pressões e imposições da entidade máxima do futebol.
Nesta ação, o MPF quer a devolução dos R$ 33,4 milhões pagos pela União para a transmissão da Copa das Confederações. Além disso, pede que a Fifa e o COL arquem sozinhos com os custos de R$ 130 milhões para a transmissão da Copa.
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