Não houve ágio em relação à oferta mínima de 41,65% de retorno para o governo do petróleo produzido. No leilão sob o regime de partilha, vence quem ofereceu o maior retorno em petróleo para o governo, além de pagar um bônus de R$ 15 bilhões (recursos que serão usados para chegar à meta de superávit primário, a economia para o pagamento de juros da dívida, deste ano) e se comprometer a um conteúdo local mínimo de bens e serviços.
Pela manhã, veio a notícia de que a espanhola Repsol oficializou sua decisão de não participar do leilão, apesar de ter sido uma das inscritas. A informação não gerou preocupação no governo, porque a espanhola está associada, no Brasil, à chinesa Sinopec, com quem se inscreveu para o leilão. A expectativa era que os chineses não iriam competir entre si.
PETROBRAS
A Petrobras, além da participação obrigatória por lei de 30% no consórcio vencedor e de liderar os rumos da exploração e produção do campo, ficou com uma fatia adicional de 10%. Para especialistas, a oferta veio na pior hora para a empresa, que está endividada e com fraca geração de caixa diante do represamento, por parte do governo, do reajuste da gasolina.
BOMBAS CONTRA PEDRAS
Em contraponto à tranquilidade e à rapidez do leilão, do lado de fora do hotel, na Barra da Tijuca, o cenário era de confusão. Os policiais da Força Nacional já lançaram pelo menos duas bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Segundo o Ministério da Justiça, a reação se deveu a uma tentativa de invasão dos manifestantes, que teriam inclusive atirado pedras e atingido um policial. Dois manifestantes também teriam sido feridos.
A praia foi fechada nas imediações do hotel, mas mesmo assim alguns banhistas arriscavam caminhar na areia, sem que fossem impedidos pelos militares.
Folha de S. Paulo