No entanto, conforme o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb), apenas os funcionários da Caixa Econômica Federal optaram por continuar com as atividades paralisadas por tempo indeterminado e alegam ter reivindicações específicas em relação aos outros bancos.
Os trabalhadores avaliaram durante a assembleia que as propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que representa os bancários nacionalmente, apresentaram avanços, e por isso, houve aprovação entre a maioria dos presentes.
Os bancários conseguiram 8% de reajuste salarial e verbas, o que representa aumento real de 1,82%. Eleva também para 8,5% sobre o piso salarial, que resultará em um ganho real de 2,29%. Além de aumentar 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A proposta também eleva de 2% para 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional da PLR.
Nos bancos públicos ocorreram avanços nas contratações, o que significa que poderá haver concurso para o ingresso de mais trabalhadores.
A nova proposta inclui ainda três novas cláusulas: proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50 por mês.
Mas a Fenaban exige compensação pelos dias não trabalhados de até uma hora por dia (entre segunda e sexta-feira) até o dia 15 de dezembro. Em proposta feita na quinta-feira (10), a federação dos bancos propôs compensar os dias de greve em 180 dias, o que foi negado pelo Contraf-CUT. O presidente da Seeb-MT, José Guerra, declarou ao G1 que a greve é sempre um "momento difícil" . Afirmou ainda que, apesar de nem todas as exigências da categoria terem sido atendidas, ocorreram avanços. "Mas conseguimos arrancar 8% deles [ Fenaban] e principalmente conseguimos mais contratações para o bancos públicos e melhorias que a gente espera que sejam cumpridas", declarou.
Os bancários de Mato Grosso inciaram o movimento grevista revindicando mais segurança nas agências, reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), melhores condições de trabalho, fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações e proibição de dispensas imotivadas. Em Mato Grosso a paralisação mobilizou 210 agências em 54 municípios. Na grande Cuiabá houve 100% de adesão à greve. Em todo o país a decisão está sendo discutida em assembleias locais para ser votada por todos os estados.
Como pagar as contas?
Pagamentos não vencidos, transferências e bloqueios e desbloqueios de cartões, por exemplo, podem ser feitos pela internet (veja serviços afetados e como pagar as contas durante a greve).
Os saques e as transferências têm valor limitado nos caixas eletrônicos. Nos caixas eletrônicos, é possível sacar no máximo R$ 300 à noite e durante o dia o valor varia de acordo com o banco. As transferências são limitadas a partir de R$ 1.000 para TED (a transferência cai no mesmo dia) e R$ 5.000 para DOC. Não há uma norma que estabeleça os valores máximos e mínimos, por isso o cliente deve consultar o seu banco.
Transferências e saques de maior valor, financiamentos e outros serviços que dependem de análise de crédito só podem ser feitos em agências, o que faz com que o consumidor tenha de esperar o retorno do bancário. O Procon avisa que a greve não desobriga o consumidor de pagar as contas em dia, mas diz que a empresa credora tem a obrigação de oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam efetuados.
A orientação é entrar em contato com a empresa para saber quais são as formas e locais de pagamento como internet, sede da empresa, casas lotéricas e código de barras para pagamento nos caixas eletrônicos. O pedido deve ser documentado (via e-mail ou número de protocolo de atendimento, por exemplo) para permitir a reclamação aos órgãos de defesa do consumidor, caso não seja atendido.
Fonte: G1