Um dos processos investiga se a gigante de buscas americana estaria privilegiando indevidamente o Google Shopping ante outros mecanismos de comparação de preços, tanto nos resultados comuns (busca orgânica) quanto entre os links patrocinados. A análise do Cade também vai avaliar se o buscador está adotando "mecanismos" para confundir o usuário na identificação dos resultados de pesquisas.
Outra linha de investigação tratará do "scraping" ("raspagem"), método pelo qual o Google estaria se apropriando de conteúdo de sites rivais. Comentários de clientes sobre a qualidade de produtos ou lojas, reunidos pelo Buscapé e pelo Bondfaro, estariam sendo usados indevidamente pelo Google Shopping.
A E-Commerce Media Group alega que o Google Search permite a veiculação de anúncios com foto pelo Google Shopping, mas não por sites concorrentes de comparação de preços. A empresa também informa que a americana teria recusado a venda de espaço publicitário com imagem ao Buscapé e que, posteriormente, exigiu dados comercialmente sensíveis para permitir a divulgação.
Já a Microsoft, dona do buscador Bing, afirma em sua reclamação ao Cade que o contrato de prestação de serviços do Google AdWords contém restrições anticompetitivas. Segundo a companhia, o buscador impôs restrições que dificultam o gerenciamento de campanhas publicitárias simultaneamente no Google e em sites concorrentes, com o objetivo de desestimular anunciantes a também veicularem suas campanhas em serviços concorrentes.
Em resposta, o Google diz que vai cooperar com o CADE e afirma que investigações semelhantes feitas em outros países "não encontraram violações das leis vigentes".
Na semana passada, o Olhar Digital conversou com o Buscapé para entender as reclamações e saber mais sobre o FairSearch, grupo global que luta para mudar o algoritmo do Google. Saiba mais aqui.
Olhar Digital