Cidades

Palestino do Mais Médicos critica mania dos brasileiros de exibir o corpo

 
Desde 25 de setembro, quando recebeu o registro médico provisório do Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul), Mohamed trabalha na Unidade Básica de Saúde Santa Terezinha, construída em março deste ano, com investimento de R$ 1,4 milhão oriundo de recursos federais e municipais e com apoio do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS).
 
Em entrevista por e-mail, feita por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde de Garibaldi, Mohamed disse que gostou do clima hospitaleiro de Garibaldi e da equipe médica da UBS. 
 
"Estou gostando muito daqui, especialmente da minha equipe, que tem um ótimo espírito de trabalho. O médico não consegue fazer grandes mudanças se não tiver uma boa equipe. Eu imagino que podemos fazê-las", declarou.
 
Mohamed faz parte do corpo médico da unidade, que é composto por um clínico geral, dois pediatras e um ginecologista, além de psicólogo, fonoaudióloga, enfermeira e uma técnica de enfermagem, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A unidade faz aproximadamente 400 consultas e 1.800 atendimentos por mês.
 
Garibaldi tem 32.578 habitantes e foi colonizada no século 19 por imigrantes italianos, mas também recebeu franceses, alemães e sírio-libaneses antes de 1900, quando se constituiu em município, depois de se separar de Bento Gonçalves.
 
"Escolhi o Brasil para formar minha família"
Mohamed já conhecia o Brasil. Ele veio para Poços de Caldas (MG) em 2011, e casou-se com uma brasileira, de lá, depois de tê-la conhecido pela internet. "Eu gosto do Brasil e escolhi este país para formar minha família com a minha esposa brasileira. Garibaldi é a primeira cidade brasileira em que eu atuo", afirmou.
 
O palestino formou-se em medicina pela Universidade Seis de Outubro, próxima à capital Cairo, no Egito. Lá, também, trabalhou no Hospital Ahmed Maher. O médico fez residência em cardiologia no Hospital King Khalid, em Riad, na Arábia Saudita, onde esteve até vir para o Brasil.
 
Para o médico, a experiência exercida em países com perfis socioeconômicos tão diferentes o fez enxergar a saúde brasileira de forma mais ampla.
 
"O [sistema de saúde] egípcio, sendo de um país pobre, usa menos análises e mais habilidade clínica. Já o saudita usa todos os tipos de tecnologia avançada e constrói o diagnóstico a partir dos resultados. O sistema brasileiro está entre os dois: querem oferecer o melhor diagnóstico usando baixo custo e oferecendo mais opções de tratamento", observou.
 
Uol

Redação

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