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USP corta luz e internet para pressionar estudantes a deixar reitoria

 
Os estudantes ocuparam a reitoria pra protestar por eleições diretas para reitor. Na última quarta, a USP entrou com pedido de reintegração de posse e a Justiça decidiu por uma audiência de conciliação marcada para terça-feira (8).
 
Nesta sexta, os estudantes que ocuparam a reitoria afirmaram que esperam que a reunião de conciliação marque o início do diálogo com a reitoria e evite que o campus no Butantã "volte a se tornar uma praça de guerra".
 
Em 2011, cerca de 300 policiais militares, incluindo integrantes do Batalhão de Choque, cumpriram reintegração de posse no prédio da reitoria, ocupado por estudantes, e 3 pessoas foram presas. Na ocasião, os alunos se opunham à presença dos policiais militares no campus.
 
“Nós não queremos que a universidade se torne uma praça de guerra como já aconteceu na gestão do João Grandino Rodas, que colocou a Tropa de Choque dentro da universidade. Nós não queremos que isso se repita. Esse é um protesto pacífico e organizado, que tem como objetivo defender a universidade pública”, afirmou a estudante Arielli Tavares, que participa da diretoria do Diretório Central Estudantil (DCE), durante entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira. "Nós não acreditamos que uma universidade pública seja de excelência se ela não tem democracia na sua gestão", observou.
 
De acordo com Pedro Serrano, também integrante da diretoria do DCE, a universidade tem um sistema de escolha de reitor atrasado. "A grande maioria das universidades públicas do Brasil tem um sistema de eleições diretas para reitor", declarou. As adoções de cotas raciais está entre os assuntos que os alunos pretendem discutir com a reitoria e com o governo do estado.
 
"Em 2011, o governador Geraldo Alckmin, contra uma mobilização estudantil, declarou que os estudantes precisavam de uma aula de democracia. O que nós estamos demonstrando hoje, em 2013, é que quem precisa de uma aula de democracia é o Geraldo Alckmin", disse Pedro Serrano.   
 
O movimento se fortaleceu nos últimos dias, na opinião dos organizadores. Uma assembleia realizada na noite de quinta-feira (3) contou com mais de 2 mil participantes, segundo o estudante. “A assembleia mostrou o fortalecimento e a franca ascensão da nossa mobilização dentro da universidade. Em dois dias, mais da metade da universidade está paralisada e a grande maioria dos estudantes apoia o nosso movimento”, afirmou. 
 
Segundo o movimento, no dia 2 de outubro, 32 cursos aderiram à paralisação ou indicaram apoio ao movimento, como ciências sociais, letras,  geografia, história, filosofia, escola de comunicações e artes, pedagogia, química, escola de educação física, relações internacionais. Outros cursos indicaram intenção de aderir: farmácia, enfermagem, instituto de matemática e estatística, nutrição e faculdade de arquitetura e urbanismo.
 
Globo

Redação

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