A definição ocorreu no final da tarde desta quinta-feira (4), após dois dias de intensas negociações em Brasília, onde o empresário se reuniu com várias lideranças políticas, entre elas a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o senador Blairo Maggi (PR).
Porém, uma conversa com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, do Piauí, foi definitiva para a decisão. “É o PP, o partido da produção”, disse o “rei da soja”, controlador do grupo Bom Futuro, que deve ter faturamento superior a R$ 1 bilhão este ano.
Embora não fosse esperada nos meios políticos, a ida de Eraí para o PP tem uma lógica: no partido, ele não terá que dividir as atenções com nenhuma outra grande liderança política, já que a sigla foi esvaziada em Mato Grosso após a criação do PSD.
Atualmente seu presidente é o deputado estadual Ezequiel Fonseca, que assumiu após a saída do deputado federal Pedro Henry, que deve deixar a vida pública.
Eraí também percebeu que, caso se filiasse a outra agremiação, como o PR ou PTB, poderia atrapalhar planos já encaminhados. No caso do PR, há a pré-candidatura do ex-prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, o Maurição. Já o PTB aposta na candidatura de Serys Slhessarenko ao Senado e tenta se coligar com algum partido que tenha o cabeça de chapa para o governo.
A definição de Eraí teve a colaboração do senador Blairo Maggi (PR), seu primo, que participou das conversas. O republicano já havia dito que o empresário não deveria aderir a uma legenda que já possuía planos para o pleito, evitando uma possível disputa interna.
Apesar da decisão de ir para o PP, o empresário não quer falar como candidato. “Vou respeitar os planos de cada um. O Maurição [Tonhá] tem o seu, o Wellington [Fagundes] tem o seu e a Serys [Slhessarenko] também tem o seu”, afirmou em entrevista por telefone já na noite de ontem.
Eraí Maggi diz que só vai falar em candidatura ao governo no ano que vem, nas vésperas das convenções. “Vou tocar meus projetos até 2014. Depois a gente senta e conversa”, adiantou.
O senador Blairo Maggi também defende a tese de que todos os partidos devem ir trabalhando seus nomes desde já, para que, no futuro, possam discutir alianças.
Enquanto Eraí está chegando, quem está deixando o Partido Progressista é Neri Geller, secretário nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Ele sai do PP e vai para o PMDB, partido que comanda o Ministério.
Diário de Cuiabá