De acordo com a investigação conduzida pelo 32º Distrito Policial da capital, em Itaquera, até as 12h20 desta quarta-feira (2), a hipótese tida como mais provável é que, sob o efeito de drogas, Alves tenha assassinado o filho e cometido suicídio na sequência. No entanto, a polícia afirmou que nenhuma linha de investigação foi descartada.
Em entrevista concedida à Rádio CBN na noite da terça-feira durante reconhecimento e liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML), familiares das vítimas também afirmaram não acreditar na participação de uma outra pessoa no crime.
A mulher do operador já havia informado em depoimento à polícia que o marido era usuário de entorpecentes havia cerca de seis anos. Contudo, segundo ela, o marido nunca apresentou comportamento violento e costumava fazer o uso de entorpecentes na rua ou em motéis da região, longe do filho.
A princípio, o caso deve continuar sendo investigado pelo 32º DP, mas pode ser encaminhado nos próximos dias para a investigação especializada do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) caso o crime continue sem ser solucionado.
Pai e filho foram enterrados na manhã desta quarta-feira (2) no Cemitério de Vila Formosa, na Zona Leste da capital paulista. Os corpos passaram por necropsia durante a terça-feira para apontar a causa das mortes. O laudo deve sair em até 30 dias.
Os corpos de Alves e do filho de 2 anos foram achados dentro de um carro no estacionamento de um motel, em Itaquera, por volta das 2h da terça-feira. O local fica na Rua São Francisco do Piauí. De acordo com a Polícia Civil, no quarto alugado pelo operador foram encontrados vestígios de droga e manchas de sangue.
Segundo relato de funcionários do estabelecimento à PM, Alves entrou no motel às 12h da segunda-feira (30), em um Fiat Palio com película escurecedora nos vidros. As testemunhas alegam que em nenhum momento notaram a presença de uma criança na companhia do hóspede.
Horas depois do check-in de Alves, um homem mais velho, que dizia ser pai do operador, foi até o motel procurá-lo. A recepcionista conta que entrou em contato com o cliente pelo telefone e, à pedido do próprio hóspede, negou que ele estivesse no local. Com a negativa, o suposto pai de Alves e avô da criança deixou o estabelecimento.
Mais tarde, por volta da 0h30 desta terça-feira, funcionários passaram a tentar contato com o quarto de Alves para informar sobre o fim do tempo de utilização do espaço, mas não tiveram sucesso. Eles afirmam que ninguém atendeu ao telefone ou respondeu aos chamados na porta.
No início da madrugada, com o horário de permanência combinado já encerrado, a recepcionista resolveu entrar no quarto. Ela conta que abriu a porta e encontrou apenas manchas de sangue e vestígios do que seriam entorpecentes. Ao procurar o carro do hóspede no estacionamento, a funcionária viu o operador desacordado, no interior do veículo.
A polícia foi acionada e chegou ao motel por volta das 2h. Ao abrirem a porta do carro, policiais encontraram Alves morto, deitado no banco traseiro. Sob o corpo do operador, estava o de seu filho, também já sem vida. De acordo com a PM, o homem apresentava um corte na região do pescoço. A PM não informou a existência de lesões visíveis no corpo da criança.
Róbson da Silva Alves era procurado pela Justiça, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP). O crime pelo qual ele era acusado não foi revelado.
Do G1 de São Paulo