O encontro tem como parceiros o Banco Mundial e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na avaliação do gerente de Relações Externas para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Sergio Jellinek, os países da região têm vivido experiências de democratização dos sistemas de comunicação que possibilitam a participação dos cidadãos no debate público. "Isso é positivo do ponto de vista do desenvolvimento, o debate de sistemas que têm impacto na participação de cidadãos na decisão de seu futuro", disse.
Para Jellinek, a digitalização das comunicações pode contribuir para ampliar a participação das pessoas. "A democracia não fica sendo apenas o ato de votar a cada cinco, quatro anos. Os cidadãos têm a possibilidade de decidir o futuro, no dia a dia, com maior participação, mais informação e interatividade com os veículos".
Participarão do evento mais de 30 especialistas de todo o continente. Entre eles estão o diretor do Canal 7 da Argentina, Martín Bonavetti, a diretora da Once TV, do México, Enriqueta Cabrera, o diretor da Telemedellín, da Colômbia, Wladir Ochoa, a representante da Corporation for Public Broadcasting, dos Estados Unidos, Patrícia Alvarado, e o secretário de Comunicações da Presidência de El Salvador, David Rivas.
Também participarão dos painéis a diretora de Comunicação do Conselho de Ministros do Peru, Blanca Rosales, e os especialistas em comunicação Luis Arroyo, da Espanha, Martín Becerra, da Argentina, Venício Lima e Murilo Ramos, da Universidade de Brasília.
"É um momento em que você pode reunir as mais diferentes experiências para compartilhar informações", disse Jellinek. O gerente do Banco Mundial avaliou que essa pluralidade "faz bem à democracia". Ele destacou que a importância das mídias públicas é que elas dão destaque a "demandas específicas que, muitas vezes, não aparecem nos meios privados.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que o setor de comunicação social seria constituído por três sistemas: privado, público e estatal. Atualmente, os veículos privados prevalecem sobre os públicos. "As reformas que dão mais pluralidade têm de ser feitas para a expansão da liberdade de imprensa. O pluralismo, a diversidade, a inclusão de novos atores contribuem para maior liberdade de imprensa", acrescentou o gerente.
Jellinek esclareceu que um dos desafios é justamente garantir a sustentabilidade dos meio de comunicação públicos, juntamente com modelos de gestão participativos, composto por instâncias de controle formadas por diferentes setores e representações da sociedade e do Estado. Os meios têm que ter sustentabilidade do ponto de vista financeiro, e hoje a gente tem na América Latina várias formas de sustentabilidade, algumas com financiamento privado e estatal, outras somente estatal", disse. Mas, antes de tudo, é que tem que ser público. O meio público tem a possibilidade de fornecer a informação de maneira plural. Não tem que ser um meio propagandista do governo, mas que represente os interesses da sociedade como um todo", completou.
Agência Brasil