Cidades

População faz “cotinha” na periferia para garantir água em casa

Anísio José de Almeida conta que durante nove anos comprou água de caminhão-pipa para poder trabalhar na sua empresa de hortifrutigranjeiros, de onde provém a renda familiar. “A situação só melhorou depois que fizemos o encanamento; mesmo assim, a água só sobe com bomba”, comenta.

Sua esposa, AlmisaWilges de Oliveira, diz que no tempo de seca a situação piora eque há mais de 20 anos o bairro tem o mesmo encanamento, muitos quebrados com vazamentos que já ultrapassaram todos os limites. “Tivemos que pagar R$50,00 para colocar um encanamento para ter água na torneira, que ainda assim vem fraca e tenho que utilizar bomba d’água, porque tenho um filho especial que precisa de um pouco mais de cuidado e higiene”.

Ela lembra que com a inauguração da Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Tijucal o abastecimento até melhorou, mas depois voltou a piorar. “Não sei o que acontece, espero que melhore. Na época da administração do prefeito Wilson Santos, tinham começado a organizar, mas não continuou”, desabafa Almisa.

Ana Rosa de Almeida mora há 26 anos na comunidade e relata que no início buscava água no bairro vizinho. Depois passou a comprar o produto. A dona de casa conta que nos últimos anos a situação tem piorado, por isso também participou do pagamento de R$ 50,00 para um novo encanamento.

“Os talões vinham na minha casa sem ao menos sair um gota das torneiras e a tarifa era de R$40,00. Ficava sem saber o que fazer com louças, roupas e a casa suja. Hoje em dia o talão por algumas vezes não chega em casa e eu tenho que ir buscar na agência. Pago a taxa mínima porque não vem água no cavalete. Nem a minha caixa de baixo não enche sem bomba”, ressalta.

A jovem Luana de Oliveira Batista mora há seis anos na região e utiliza a água com a bomba ligada diretamente na mangueira. Ela também pagou para que melhorasse o transtorno da falta d´água. Ainda assim, Luana diz que nos fins de semana a água não vem e que de todas as formas não pode ficar sem a bomba. (Colaborou: Ediana Tanara)


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Redação

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