Cidades

Saúde pública: “só funciona o serviço funerário”

 
Trata-se de mais um dos casos de quem espera por atendimento ou uma resposta do Sistema Único de Saúde (SUS). As filas para exames, cirurgias e atendimentos são imensas na rede pública e podem durar anos. Além disso, os pacientes ficam perdidos diante da burocracia e da falta de informação. 
 
“Nós não fazemos ideia do que aconteceu com ela, dizem que pode ter sido um acidente vascular cerebral (AVC), mas não nos dão um diagnóstico definitivo. E se ela estiver correndo risco de morte, como vamos fazer?”, questiona desesperada Lucenir que relata o empenho da família em busca de recursos, até vendendo bens para conseguir transferir a mãe para um hospital particular.
Para a diretora da Casa de Apoio Esperança – que abriga pacientes hospitalares sem recursos para hospedagem –, Ilza Maria Rodrigues, a falta de atendimento e respeito com o cidadão já ultrapassou todos os limites. 
 
“Aqui em Cuiabá a única coisa que funciona é o serviço funerário. Toda vez que um paciente que está hospedado aqui morre, consigo um caixão na hora. Agora, atendimento médico demora anos”, enfatiza. 
 
Somente na semana passada foram reencaminhados às suas cidades de origem mais de 38 pacientes hospedados na casa de apoio. Todos, sem exceção, não foram atendidos adequadamente e ficarão esperando uma remarcação pela Central de Regulação. Um dos pacientes tem liminar concedida pela Justiça que decreta a cirurgia com urgência por se tratar de grave problema cardíaco, mas mesmo assim não há previsão de atendimento. 
 
“Aqui no nosso Estado, decisão judicial foi feita para não ser cumprida. Outro dia a Central de Regulação me ligou para marcar a cirurgia de um paciente, mas ele já havia falecido há 10 dias”, destaca a diretora que se recorda da perda de mais de 50 pacientes nos 16 anos que está à frente da casa de apoio.
 
Outro grande problema destacado por Ilza é a falta de atendimento e despreparo da Central de Regulação que, por muitas vezes, ignora os pacientes. “Não treinaram os funcionários que se tornaram máquinas insensíveis para dizer ‘não’. O mesmo acontece com os seguranças do Pronto-Socorro Municipal que agem como ‘pit bulls’”, desabafa indignada.
 
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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