Na tarde de 7 de agosto, um aluno do 6º ano da Escola Estadual Professora Juracy Neves de Mello Ferracciú, no bairro Noiva da Colina, foi comparado ao vilão gay da novela "Amor à Vida", da Rede Globo. Segundo boletim de ocorrência, registrado pela mãe do garoto, o estudante voltou para as aulas após as férias usando óculos e a professora disse que ele estava parecido com alguém que ela "não poderia dizer".
Em seguida, ainda segundo disse a mãe à Polícia Civil, colegas da classe do menino afirmaram que ele se parecia com Félix, que é interpretado na novela das 21h pelo ator Mateus Solano. A professora, então, também declarou em sala de aula que o estudante se parecia com o personagem de Solano, conforme o registro policial. O garoto foi transferido de escola após uma reunião fracassada de conciliação entre aluno, mãe e professora e os advogados das partes.
Vinte dias depois
Segundo o advogado, o menino foi afetado psicologicamente pelas declarações. "Ele está muito calado, terá que passar por um grande processo de adaptação agora na nova escola", disse Carvalho.
A ação movida pela família pede, além do pagamento dos 200 salários mínimos, que o estado de SP forneça tratamento psicológico ao garoto. "O estado tem que responder pelas atitudes e omissões de seus agentes, como garante o artigo 37 da Constituição", afirmou o advogado.
De acordo com Carvalho, é comum que casos como esse resultem em prejuízos ao desenvolvimento escolar do estudante. "Torcemos para que ele não seja afetado desta forma e por isso queremos o acompanhamento psicológico", disse.
Posição da Secretaria da Educação
A Secretaria de Estado da Educação voltou a afirmar, por meio de assessoria de imprensa, que a reunião que tentou a conciliação entre as partes foi de caráter pedagógico, para esclarecimento do mal entendido, que no encontro ficou definido que o aluno seria transferido a pedido da mãe e que a escola continuará a reforçar ações sobre a importância do respeito entre colegas.
Posição da Procuradoria de SP
A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, órgão que representa o estado em ações judiciais, informou também por meio da assessoria de imprensa que não pode divulgar um posicionamento sobre o caso porque ainda não foi intimada pela Justiça.