Cidades

Incêndios atingem 31 mil hectares de terra indígena xavante em MT

 
 O tempo seco, o vento e a oferta de material de fácil combustão, a vegetação, nas áreas de pastagem, desafiam os brigadistas. Ocorrências iniciadas de forma criminosa não estão descartadas. De acordo com o gerente regional do Prevfogo em Barra do Garças, Altair Luis Gonçalves, 17 brigadistas foram enviados para a área desde o dia 28 de julho. No último dia 16, deixaram o local e retornaram para a base regional.
 
“Trabalhamos lá por 19 dias e fizemos intensos combates, mas à medida que um foco apagava outros eram provocados”, relatou. O retorno dos profissionais à região ainda depende de um novo planejamento que envolve montagem de acampamento, logística de alimentação e viaturas. Nesta segunda-feira (19) não foram identificados pontos de fumaça provenientes da reserva.
 
De acordo com o gerente regional do Prevfogo em Barra, parte da terra indígena localizada entre as BR-080 e 158 foi atingida praticamente em sua totalidade por recentes incêndios. “Passa muito de 30 mil hectares”, frisou ainda Altair Luis Gonçalves. Conforme o coordenador estadual do Prevfogo, analista ambiental Cendi Ribas, desde janeiro foram detectados 888 focos de calor nas terras indígenas de Mato Grosso. Deste total, 128 foram apenas em Marãiwatsédé. A Terra Indígena ficou atrás apenas da TI Pareci, campeã com 148 casos, segundo os satélites de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
 
Apenas durante o primeiro mês do chamado período proibitivo das queimadas, de 15 de julho a 15 de agosto, foram registrados 654 focos nas terras indígenas mato-grossenses. Um total de 120 apenas em Marãiwatsédé, número que a fez liderar a relação.
 
“A maior parte dos focos de Marãiwatsédé está sendo considerado criminoso e começa próximo das rodovias que circundam a área indígena. Há um risco pois, se aumenta a poluição, perde-se biodiversidade, pode-se queimar propriedades, benfeitorias”, alertou Cendi Ribas. São considerados focos de calor qualquer temperatura registrada acima de 47°C. Por outro lado, um foco de calor não representa necessariamente um foco de fogo ou incêndio.
 
Em dezembro do ano passado Marãiwatsédé foi alvo de uma operação de desocupação realizada por policiais e Força Nacional de Segurança para retirar produtores rurais da área, visto que a localidade foi reconhecida pela Justiça como de uso do povo Xavante.
 
 
 
 
Fonte: G1
Foto: Reprodução
 

Redação

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