O relator da primeira proposta do trem-bala, e diz ter apontado "onde estavam os erros" para o governo. Mas o projeto nunca se tornou atraente para as empresas e está sendo sucessivamente postergado.
"O projeto é muito grande. Onde há obras desse porte, se o Estado não aportar, ele é deficitário. As empresas não estão querendo participar. As empresas querem ganhar, querem ter lucro", diz o presidente do TCU. Nardes apresentou um estudo sobre as fragilidades gerenciais na execução dos investimentos federais no país. Diz ter mostrado os dados ao governo e propôs uma parceria para melhorar a governança do país.
Para o presidente do TCU, a baixa capacidade gerencial do governo ao executar obras está relacionada à demanda dos manifestantes que foram às ruas protestar em junho passado. "Não acredito que a gente possa combater a corrupção no Brasil sem uma melhoria de governança", diz Nardes.
Sobre o chamado "Orçamento Impositivo", na avaliação do ministro do TCU, o efeito pode ser o de diminuir a aplicação global dos recursos públicos, pois só as cidades escolhidas para ter verbas por deputados e senadores terão garantia de receber dinheiro.
Por causa dos diversos atrasos nos últimos anos, o projeto de transposição das águas do rio São Francisco pode não ficar pronto em 2015, prazo anunciado pelo governo, mesmo depois de o preço total da obra já ter dobrado, passando de R$ 8 bilhões.
Nardes se diz preocupado em dar mais transparência ao TCU. Uma das medidas que vai tomar, a partir da semana que vem, é abrir todos os dados sobre viagens de ministros e funcionários do órgão, algo inédito no Tribunal.
Fonte: Folha Online
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