A Amazon Brazil Nuts, empresa de São Paulo, tradicional comercializadora da castanha dentro e fora do país, encontrou um jeito de aproveitar o ingrediente. Lançou há três meses a paçoca de castanha-do-pará, feita com essas sobras. O doce tem uma aparência diferente do tradicional, feito com amendoim: a coloração é esbranquiçada, a textura é firme e o sabor de castanha é bem acentuado. A comercialização é realizada pela Frutnut, empresa criada pela Amazon Brazil Nuts para esse fim.
De acordo com o gerente de contas, Fernando Santos, toda a farinha que sobrava na fábrica situada em Óbidos, no Pará, era jogada fora. Depois parte do produto passou a ser vendida para fabricantes de pães, barras de cereais e biscoitos. A empresa não revela o volume de desperdício do passado e de vendas do produto.
Por enquanto, a paçoca de castanha-do-pará é comercializada principalmente para uma rede de supermercados em São Paulo. Um pacote de 145 g custa de R$ 4 a R$ 5. "Mas nossa intenção é vender para o país inteiro", diz Santos. Por isso a empresa planeja algumas alterações na receita como a redução de açúcar para agradar consumidores de todas as regiões.
Há dois anos, a Frutnut tentou lançar esse mesmo produto no mercado. Batizado como "paraçoca", Santos informa que na época o doce não foi bem aceito pelo público. "Reformulamos a receita para não abrir mão do projeto", diz. O gerente de contas informa que mesmo com a produção do doce, a Amazon Brazil Nuts continua comercializando a farinha para a fabricação de pães e biscoitos. No entanto, a empresa não revela detalhes sobre seus negócios.
No ano passado, o Brasil exportou 11 mil toneladas da castanha-do-pará, 7% a mais que em 2011, segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Por outro lado, os dados sobre a produção nacional são inexistentes já que as castanhas são coletadas direto da floresta amazônica – elas não formam uma cadeia produtiva como a soja, o milho, entre outras commodities agrícolas.
O produto que também é chamado de castanha-do-brasil. È extraído principalmente dos Estados do Amazonas, Acre e Pará. A coleta dos frutos vai de dezembro a março. As castanhas nascem dentro de um "ouriço", fruto de fibra rígida e do tamanho de uma bola de handebol que se abre espontaneamente quando maduro, liberando as sementes. "Para evitar o perigo, os coletores entram na floresta depois da queda da maior parte dos frutos", informa Virgínia de Souza Álvares, pesquisadora da Embrapa Acre.
Segundo Álvares, os agricultores passam semanas dentro da mata para colher as castanhas, que depois serão processadas por empresas para serem exportadas e comercializadas dentro do país.
Fonte: Uol
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