Ele ressaltou que que o incidente foi “superado” e ratificou a confiança no governo do Brasil. ”Há uma confiança mútua desde [o governo] Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] e agora, com Dilma [Rousseff], e essa confiança vai continuar. Eu tenho muito respeito pelos países vizinhos, especialmente a Argentina e o Brasil. Os problemas estão superados, e isso é confiança mútua”, reforçou.
Morales informou que serão adotadas “drásticas sanções” aos responsáveis pela ordem de vistoriar a aeronave de Amorim. “Estou muito surpreso”, disse o presidente boliviano. “Pedimos desculpas ao povo brasileiro e ao governo, somos sinceros.”
Oficialmente, a informação é que o avião usado por Amorim em viagem à Bolívia foi vistoriado para investigar se havia drogas no local. “[Lamento que] alguns oficiais, a pretexto da luta contra o narcotráfico, não tenham respeitado os aviões oficiais”, ressaltou o presidente. Afirmando que não há justificativa para violar “convênios internacionais”, Morales enfatizou que as relações diplomáticas com o Brasil “são boas” .
No último dia 16, o Ministério da Defesa do Brasil confirmou a informação sobre a vistoria ao avião de Amorim. Em nota, a Defesa disse que houve reação do Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil na Bolívia, exigindo desculpas e o fim de procedimentos semelhantes. Segundo a Defesa, a vistoria ocorreu quando Amorim e seus assessores estavam fora da aeronave.
As autoridades bolivianas negam que o objetivo da ação tenha sido verificar se o senador de oposição Roger Pinto Molina, abrigado na Embaixada do Brasil na Bolívia há 13 meses e que aguarda salvo-contudo para deixar a representação diplomática, estava na aeronave de Amorim. As autoridades bolivianas se recusam a emitir autorização para o parlamentar deixar o país sob o argumento que ele responde a processos judiciais na Bolívia.
Procurados, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores disseram que não vão se pronunciar.
Agência Brasil