Segundo a fiscalização eleitoral local, esta foi uma iniciativa pioneira no estado do Rio de Janeiro. Os órgãos responsáveis por fiscalizar a campanha na cidade optaram, no ano passado, por mudar os métodos utilizados. Nas eleições anteriores, com 12 veículos disponíveis, a fiscalização ia aos locais e retirava as placas. Em 2012, eram somente dois veículos. Então a solução foi fotografar as irregularidades. Os candidatos responsáveis pela infração eram comunicados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) e tinham 48 horas para cumprir a ordem judicial.
Quem não cumpriu a ordem no prazo foi convocado para uma audiência com um juiz eleitoral – as audiências vêm sendo realizadas desde novembro. O candidato que aceita o acordo não poderá usar o mesmo artifício num prazo de cinco anos. Quem não aceita responderá a processo, podendo ser condenado ou não.
Na tarde desta quinta-feira, representantes de três instituições de caridade da cidade – Lar Santa Catarina, Abrigo São José Bento Cottoleno e Lar Dom Ignacio de Loyola – foram ao TRE-RJ, na Avenida Dom Pedro, no Centro, buscar as cestas. Nesta leva, foram quase duas toneladas, obtidas em acordos com 12 candidatos, correspondendo a um custo de R$ 6 mil para os infratores.
Cada uma das três instituições recebeu o equivalente a R$ 2 mil em cestas básicas. Colaborador do Abrigo São José Bento Cottoleno, no bairro Siméria, Carlos Eduardo Santinon do Couto afirmou que a entidade atende 32 idosos.
“Vai servir pra muita coisa, como beneficiar vários setores, pagar um funcionário, uma conta atrasada”, disse Carlos.
Voluntário do Lar Santa Catarina, no bairro Independência, Ronaldo Silva afirmou que os mantimentos recebidos poderão durar até uns dois meses na instituição, que atende crianças especiais que não têm família.
De acordo com o chefe de cartório Gustavo Grünewald, faltam ainda audiências com por volta de 20 candidatos. A próxima entrega de cesta deverá ocorrer dentro de três meses.
“É uma iniciativa interessante, porque é educativo, e é bom divulgar para os candidatos perceberem que, se cometerem irregularidades, vão ter que pagar por isso”, disse Gustavo.
Terra
Foto: Vinicius Henter / Especial para Terra