Cidades

Brinquedoteca humaniza ambiente em delegacia

 
A revitalização no espaço, somada ao calor humano dos policiais que trabalham na unidade, tirou do ambiente a sensação de que toda delegacia é fria e hostil. A pequena reforma foi realizada com recursos da Polícia Judiciária Civil e em parcerias com as empresas Marcenal e Todimo, na doação de móveis, cortinas, e a toda a decoração da brinquedoteca. Na recepção foi instalada uma TV Led, de 42 polegada, com DVD Blu Ray, para  ajudar a passar o tempo dos pais e crianças que aguardam o atendimento na unidade. Os equipamentos eletrônicos foram doados pela Cooperativa Sicred.
 
Na Deddica, o que chama atenção é a brinquedoteca, um espaço aconchegante e colorido, usado pela equipe multidisciplinar para o atendimento dos pequenos, que passaram por algum tipo de violência, principalmente as crianças vítimas de abuso sexual.
 
O psicólogo João Henrique Magro Arantes explica que o ambiente ajuda a quebrar a hostilidade característica de uma delegacia de polícia e tranquilizar a criança que sabe que o fato de estar ali significar que algo de ruim aconteceu. “A criança se sente mais a vontade. Elas se distraem com os brinquedos e acabam falando do assunto com mais facilidade”, disse.
 
Ao conversar com a criança, o psicólogo associa o brinquedo ao assunto tratado, como forma levar a criança a falar do sofrimento, de uma forma menos dolorosa.  
 
A delegada titular da Especializada, Luciani Barros, disse que a ideia de tornar o ambiente mais agradável ao público e aos próprios policiais é uma maneira de se aproximar da comunidade, sobretudo, da criança e do adolescente. “A vítima já tem aquela impressão ruim de polícia e não podemos prolongar seu sofrimento. Então  quando entra numa delegacia e se depara com um ambiente agradável, seu sofrimento é atenuado e fica mais fácil para ela falar do assunto”, destaca a delegada.
 
Para a delegada adjunta, Alexandra Fachone, a brinquedoteca é uma sala importante para os trabalhos da Deddica, uma vez que o processo de coletar dados é difícil e a criança precisa se sentir protegida para falar do trauma sofrido. “Isso humaniza o atendimento, pois um ambiente acolhedor faz diferença para a criança que chega à delegacia”, afirma. “A maioria das pessoas que vêm aqui se sentem bem”, completa a delegada.
 
Os bonecos, ursinhos, carrinhos, casinhas, joguinhos e outros brinquedos da brinquedoteca da Deddica foram comprados ou trazidos da casa dos próprios policiais. As delegadas Luciani e Alexandra disseram que a unidade está aberta a doações de brinquedos e todo o tipo de material lúdico, em razão da necessidade de manter o estoque e até mesmo para que possam ser levados pelas crianças, quando se encantam com algum deles. “Elas são muito carentes e qualquer brinquedo faz a diferença”, destacam.
 
Conforme Luciani Barros, a Delegacia vai buscar parcerias para também inserir a criança vítima de violência em programas sociais, como forma de ajudá-la a  superar a agressão física e psicológica sofrida.
 
Mesmo já havendo efeito positivo, a pequena revitalização da Delegacia não resolve todos os problemas da unidade, que ainda necessita de ampliação, acessibilidade aos portadores de deficiência física, banheiro para o público, cozinha com refeitório, sala multidisciplinar, uma brinquedoteca maior, alojamento para os policiais e cela para guarda provisória de preso, que espera para ser ouvido. “A Delegacia melhorou um pouco, mas há muito que ser melhorado”, disse a delegada Alexandra Fachone.
 
Fonte: Assessoria
 
Foto: Divulgação

Redação

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