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‘Não me mate’, implorou criança boliviana; 4 suspeitos são detidos

A mãe de Brayan, a costureira Veronica Capcha Mamani, 24, disse que os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, ameaçaram os moradores e se irritaram com o choro do menino. "Me ajoelhei, abraçada ao meu filho. Meu filho dizia 'não me mate, não mate minha mãe'. Mesmo assim, ele atirou", contou Veronica. Antes, diz ela, o menino pediu: "Mãe, me esconde".
 
O menino foi levado ao pronto-socorro do Hospital São Mateus pelos pais, mas não resistiu aos ferimentos.
 
A polícia deteve nove suspeitos para averiguação, mas cinco foram liberados. O secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella, disse que a polícia dará "prioridade absoluta" à investigação do caso.
 
INVASÃO
 
Segundo a polícia, seis assaltantes invadiram a casa quando um tio de Brayan estacionava, chegando de uma entrega de roupas. No imóvel moravam 11 bolivianos (quatro casais de costureiros e três crianças, incluindo Brayan).
 
Brayan, a mãe e o pai, Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, foram levados para a parte de cima do sobrado. Os demais moradores ficaram no térreo, com parte dos ladrões.
 
A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.
 
Dos seis criminosos, cinco usavam capuzes. Dois deles portavam revólver e os outros, quatro facas. Eles fugiram após balear a criança.
 
PROTESTO
 
No fim da tarde, pelo menos 200 bolivianos iniciaram um protesto contra a morte de Brayan, em frente ao 49º DP (São Mateus).
 
O grupo exibia cartazes pedindo justiça e uma bandeira da Bolívia. Alguns manifestantes tentaram agredir suspeitos detidos para averiguação. Houve uma tentativa de invasão à delegacia.
 
Perto dali, alguns manifestantes fecharam a av. Ragueb Chohfi por alguns minutos.
 
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, esteve no local e classificou o assassinato do menino como um crime hediondo. "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso."
 
Natural da província de Omasuyos, a família de Brayan chegou ao Brasil há cerca de seis meses. Vieram a convite de um tio da criança para trabalhar como costureiros na casa onde ocorreu o crime.
 
Segundo Felipe Prado, representante do Consulado Boliviano, a família de Brayan mora legalmente no Brasil e já protocou um pedido de obtenção do RNE (Registro Nacional de Estrangeiro).
 

Redação

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