Vereadores de São Paulo aprovaram, por unanimidade, na tarde desta quarta-feira(26), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que deverá investigar os gastos da prefeitura com transporte público na cidade, sobretudo em relação às empresas responsáveis pelos ônibus na capital.
Esta será a terceira CPI desta gestão do Legislativo Municipal. Outras duas já estão em funcionamento: uma sobre prostituição infantil e outra sobre irregularidades com os estacionamentos na cidade de São Paulo.
Antes da votação, a bancada governista se articulou para apresentar o terceiro pedido de CPI sobre transportes, com o objetivo de evitar desgastes para o governo municipal, o que motivou críticas por parte da oposição, que a considera "chapa branca". Somente nessa quinta-feira, porém, é que os vereadores deverão decidir qual das três propostas apresentadas será aprovada: a de Frange, a de Young ou a de Fiorilo.
No início da tarde, um grupo de manifestantes favoráveis à criação CPI fechou parte do viaduto Jacareí, onde fica a Câmara, para pressionar os parlamentares. A estudante e militante Nina Cappello, do Movimento Passe Livre (MPL) – grupo que organizou pelo Facebook o protesto em frente à Câmara – disse que a CPI é importante, mas não prioritária para o movimento.
"A CPI não é prioridade, são os políticos se investigando. Temos outros instrumentos para pressionar pela abertura da 'caixa preta' dos transportes", disse.
Além dos três pedidos para que a CPI aborde o tema transportes, há outros 17 pedidos de CPI's na Câmara para investigar outros temas. Entretanto, os vereadores praticamente descartam a possibilidade de que outro tema seja contemplado que não esse. "Não tem nenhum sentido abrir uma terceira CPI que não seja sobre transportes", disse Young.
A proposta de Fiorilo, protocolada nesta quarta(26), tem como objetivo analisar e avaliar as planilhas de custo do transporte coletivo de ônibus em São Paulo, mas Ricardo Young criticou a iniciativa, que conta com o apoio da base governista. Para ele, a proposta tem como objetivo "esvaziar" a discussão e desviar o foco dos reais problemas do setor.
A abertura de uma CPI para investigar o setor ocorre dias depois de Haddad e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciarem o cancelamento do reajuste das tarifas de ônibus, Metrô e trens, voltando o preço único então em R$ 3,20 para o valor anterior ao aumento, de R$ 3.
Fonte: Terra